Roma, 13 fev (RV) - A Fundação Konrad Adenauer e a Comunidade de Santo Egídio
organizaram hoje, em Roma, um Simpósio sobre imigração.
Do evento, participou
o secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes,
Dom Agostino Marchetto. Em sua intervenção, ele defendeu o "direito a migrar".
Dom
Marchetto falou de um aparente paradoxo da época contemporânea: de um lado, os países
com menos recursos abrem mais facilmente suas portas aos estrangeiros; de outro, os
países ricos se "blindaram", promulgando leis contra os imigrantes.
Para o
arcebispo, os países mais desenvolvidos estão aplicando uma progressiva política de
fechamento, quando, ao invés, as nações mais pobres dão prova de acolhimento. Segundo
Dom Marchetto, a hostilidade dos países ricos é o resultado de uma mistura de nacionalismo
exasperado, ódio e marginalização sistemática ou violenta das populações minoritárias.
Contudo, este fenômeno carrega consigo um conjunto de deveres e direitos, sendo
o primeiro deles o direito à migração. Mas o Estado também tem o direito e o dever
de garantir segurança, reprimindo a criminalidade e a delinqüência, mas, adverte o
arcebispo, isso deve ser feito no respeito à dignidade humana, aos direitos humanos
e às convenções internacionais.
A Igreja, por sua vez, sempre está ao lado
dos imigrantes, desenvolvendo uma pastoral específica que supera a tentação da "colonização
religiosa" e da assimilação total dos migrantes. Além disso, a Igreja está empenhada
em uma estratégia de sensibilização dos governos nacionais e das organizações supranacionais.
(BF)