2009-02-12 10:15:25

Conferência Episcopal Portuguesa desmente qualquer orientação de voto para os católicos


(12/2/2009) O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Pe. Manuel Morujão, emitiu uma nota de esclarecimento a respeito das declarações proferidas após a última reunião do Conselho Permanente do Episcopado Português, negando qualquer orientação de voto para os católicos.
A nota assegura que “a Igreja move-se em favor de causas e valores, nunca contra ninguém nem contra qualquer grupo ou partido que se oriente por um ideário divergente ou mesmo oposto”.
“Assim, perante qualquer eleição no campo da política (e no ano de 2009 vamos ter três actos eleitorais em Portugal), a Igreja pede que os católicos votem na liberdade segundo a sua consciência, esclarecida pelos princípios e a moral cristãos”, assinala.
Este responsável recorda que a CEP está a preparar uma Nota Pastoral “em favor do genuíno casamento, o que naturalmente exclui os casamentos entre pessoas do mesmo sexo” e lamenta “algumas interpretações desfocadas de certos órgãos de comunicação social”, a respeito das suas declarações.
“A Igreja Católica quer ser sempre factor de coesão e unidade, por meio do diálogo e de todas as boas práticas da fraternidade, evitando sempre tudo o que seja desrespeito ou confrontação com os órgãos de soberania, partidos e outras forças sociais da Nação. A firmeza da Igreja em defender os princípios que estruturam a base da convivência humana tem por fim promover a qualidade do bem estar social, sempre numa atitude aberta e dialogante”, indica.
O Pe. Manuel Morujão reafirma que “qualquer iniciativa que um Estado ache por bem implementar para conceder direitos a um grupo humano que se constitui, por razões de amizade e ajuda, deverá ter um enquadramento jurídico claramente distinto do casamento e da família”.
“Esta possível equiparação seria um erro antropológico com consequências graves para a estabilidade e consolidação da célula fundamental da sociedade que é a família, constituída por uma mulher e um homem que se unem em amor perene, aberta aos filhos que dela porventura nascerem”, acrescenta.
O secretário da CEP lembra que “o casamento entre um homem e uma mulher, e a consequente família, é uma instituição anterior à criação dos próprios Estados e aos seus ordenamentos jurídicos, que estes devem respeitar e promover” e que “a verdade da vida humana assenta na complementaridade do homem e da mulher e o casamento, por definição e estrutura essencial, assenta sobre a heterossexualidade”.
“A Igreja Católica em Portugal e, muito particularmente, os seus Bispos, deseja colaborar activamente, dentro do seu âmbito e especificidade, na construção de uma sociedade livre e democrática, no respeito das múltiplas diversidades, procurando a inclusão de todos, sem descriminar ninguém, por qualquer razão que seja: social, religiosa, cultural ou de género, acolhendo fraternalmente também os homossexuais”, diz ainda.

(Em Ecclesia)







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