Zimbabué á espera de Governo de unidade nacional: Morgan Tsvangirai tomou posse como
primeiro-ministro
(11/2/2009) O Zimbabué tem uma taxa de inflação anual na ordem dos 231 milhões por
cento e uma taxa de desemprego que atinge a quase totalidade da população do país.
É com esta situação catastrófica que o novo ministro das Finanças zimbabweano, Tendai
Biti, vai ter que lidar quando o Governo de unidade nacional entrar em funções - ao
que tudo indica na sexta-feira. O Movimento para a Mudança Democrática, MDC, contará
com uma quinzena de ministros no Governo de unidade. Os restantes sairão do partido
do Presidente Robert Mugabe, a União Nacional Africana do Zimbabwe - Frente Patriótica
(Zanu-PF). Na manhã desta quarta feira o líder do MDC, Morgan Tsvangirai tomou
posse como primeiro-ministro, um cargo criado no quadro dos acordos de partilha de
poder assinados, a 15 de Setembro, entre a oposição e a ZANU-PF. Mugabe mantém-se
como Presidente depois de ter vencido a segunda volta das eleições de Junho, às quais
se apresentou sozinho. Tsvangirai desistiu das presidenciais, acusando do rival de
fraude, pois, para o MDC, foi o seu líder que venceu e logo à primeira volta. A vitória
de Mugabe, que quase ninguém quis reconhecer, foi antecedida de uma campanha de violência
contra os opositores - que se repetiu desde a assinatura do acordo de partilha de
poder. Nem os activistas de direitos humanos escaparam e, por isso, a Amnistia
Internacional pediu agora ao Governo de unidade que ordene a libertação imediata de
todos os presos políticos. Além de apresentar uma economia completamente em ruínas,
de depender da ajuda da ONU para a alimentação da população e de viver num clima de
intimidação, o Zimbabué enfrenta ainda uma grave epidemia de cólera, que já fez mais
de três mil mortos. A área da Saúde também vai ser atribuída a um ministro do MDC.
No Interior, a pasta mais controversa, em todas as negociações, vai haver uma partilha
de poderes entre o MDC e a ZANU-PF.|