2009-02-10 11:55:57

SANTA SÉ E BICENTENÁRIO DE DARWIN


Cidade do Vaticano, 10 fev (RV) - Foi apresentado, esta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé, o Congresso internacional "Evolução biológica: fatos e teorias". O evento será realizado em Roma, de 3 a 7 de março, na Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG).

Na coletiva de imprensa, estavam presentes, entre outros, o Presidente do Pontifício Conselho da Cultura, Dom Gianfranco Ravasi, e o jesuíta e professor de Filosofia da PUG e coordenador do encontro, Padre Marc Leclerc.

Em sua intervenção, o Pe. Leclerc afirmou que nenhum universitário, católico ou não, pode permanecer indiferente a dois eventos que se celebram este ano: o bicentenário do nascimento de Charles Darwin e os 150 anos da sua obra "A Origem das Espécies".

O sacerdote jesuíta explica que não se trata simplesmente de homenagear o cientista inglês, mas analisar uma obra que marcou para sempre a história da ciência e influenciou o modo de compreender a nossa própria humanidade. "Chegou a hora de uma atenta avaliação crítica, rigorosa e objetiva dos vários aspectos implicados" – afirmou o Pe. Leclerc

Esses vários aspectos de que fala o Professor Leclerc incluem também o aspecto religioso, pois sua teoria evolucionista entraria em contraposição – falsa – com a visão bíblica da criação do homem.

A propósito, Dom Gianfranco Ravasi esclareceu que a Bíblia e as teorias evolucionistas não são, a priori, incompatíveis.

Ele explicou que o problema teve início quando a teoria da evolução se tornou evolucionismo. Ou seja, a teoria científica se transformou progressivamente em um sistema filosófico, ideológico que interpretava toda a realidade humana, indo além do seu âmbito específico.

O mesmo problema se verificou com a teoria da criação qie se encontra no livro do Gênesis, que se tornou criacionismo, ou seja, acabou se tornando um sistema de pensamento também científico. "Na realidade, o autor do Genesis não tinha intenção de dar respostas científicas, mas responder a um quesito teológico com os instrumentos do seu tempo" – esclareceu.

Este congresso, portanto, não pretende celebrar Darwin nem estudá-lo especificamente, mas, ao invés, estudar de perto os vários aspectos da Teoria da Evolução, para acompanhar o debate científico, filosófico e teológico que suscita.

Durante cinco dias, o Congresso será dividido em nove sessões, para abarcar todas as disciplinas implicadas na Teoria, como a paleontologia, a biologia molecular, os mecanismos da evolução, a antropologia, a filosofia e a teologia. (BF)







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