Ganância na origem da crise: Cáritas pede combate às falências oportunistas
(10/2/2009) A Cáritas Portuguesa denuncia a ganância e o egoísmo que conduziram à
actual crise financeira. O comunicado final da reunião do Conselho permanente deste
serviço da Igreja Católica, indica que “a cartilha de valores que só se satisfaz na
busca da riqueza, na aquisição de bens supérfluos, na vida superficial, sem valores
espirituais nem solidariedade”, está na origem deste situação que a Caritas denunciou
em Maio de 2008, quando “a situação de crise se anunciava com gravidade”. A Cáritas
manifesta a sua preocupação a partir de situações que conhece “baseadas na informação
recebida de instâncias internacionais credíveis e do conhecimento adquirido no terreno,
paróquia a paróquia, diocese a diocese”. Famílias atingidas pelo desemprego, pelos
salários em atraso, pelo aumento do custo de vida, a falência da classe média que
contribuiu para o recrudescimento da designada «pobreza envergonhada» são situações
apontadas pela Caritas que indica ser dever do poder público criar “condições efectivas
e atempadas conducentes à revitalização da economia”. O comunicado indica ser
de “elementar justiça”, apoiar todos os que “perderam o emprego ou por endividamento
excessivo vivem no desespero”, pois “muitos deles e delas vítimas de uma cultura consumista
desregulada”. A Comissão Permanente da Cáritas Portuguesa pede à classe política
que crie condições para o reforço dos meios dissuasores de falências oportunistas
e fraudulentas. Este serviço pede “empenho na criação e manutenção de emprego” e frisa
a importância de apoiar quem possa criar próprio posto de trabalho. A Cáritas
frisa que continuará presente, em cada diocese, em cada paróquia, “junto de todos
os homens e mulheres de boa vontade, para ajudar todos os que estão verdadeiramente
empenhados em construir uma sociedade mais humana e mais justa”.