Eleições antecipadas em Israel para escolher um Governo para os próximos 4 anos
(10/2/2009) Israel elege esta terça-feira um novo Governo, numa corrida às urnas
que os observadores políticos têm como sendo uma luta entre o líder da Oposição de
Direita, Benjamim Netanyahu, e a sua rival, Tzipi Livni, ministra centrista dos Negócios
Estrangeiros. Com o patriotismo exacerbado pela recente guerra de Gaza, pelas perspectivas
dos efeitos da crise económica e pelo desprestígio da chamada "classe política", o
eleitorado de Israel vai hoje às urnas para escolher (em eleições antecipadas) um
Governo para os próximos quatro anos. As sondagens dão uma acanhada vitória, à Direita,
ao Likud (partido liberal, sionista, nacionalista e conservador), liderado por Benjamim
Netanyahu, logo seguido do actual partido governante, Kadima (tido como centrista
no espectro político israelita), presidido por Tzipi Livni. Esta previsão - que, a
confirmar-se, significará a hegemonia do bloco ultranacionalista no próximo Parlamento
-, prognostica ainda a invulgar subida do xenófobo Avigdor Lieberman nas intenções
de voto, facto que constitui a grande revelação da campanha eleitoral. Liberman conquistou
o terceiro lugar que as sondagens atribuíam, até há poucos dias, a Ehud Barak, antigo
primeiro-ministro e actual líder do Partido Trabalhista. À Direita israelita serviu
a acção da coligação do Governo cessante, liderada pelo Kadima e os Trabalhistas.
O primeiro-ministro Ehud Olmert malbaratou a confiança da pequena minoria de israelitas
que está disposta a renunciar aos territórios em benefício da paz. Prometeu um país
melhor para se viver, mas declarou duas guerras. Deu esperança a uma retirada da Cisjordânia,
mas desenvolveu os colonatos. Projectou um acordo com os palestinianos mas, no espaço
de um ano, constrangeu o seu presidente, negando-lhe qualquer progresso. Neste
contexto, lançaram raízes a islamofobia e a arabofobia, que foram exploradas por Lieberman
durante a campanha eleitoral sem que nenhum dos partidos tradicionais se tivesse distanciado
claramente das suas teses. Actualmente com uma população de cerca de 7,3 milhões
de pessoas, Israel conta hoje com 1,25 milhões de israelitas que falam Russo, segmento
do eleitorado (cerca de 20% da população judia do Estado) que os analistas políticos
estimam vai decidir quem será a personalidade que substituirá Ehud Olmert como primeiro-ministro.