2009-02-07 16:50:20

DOM WILLIAMSON NÃO SE RETRATA DE SUAS AFIRMAÇÕES NEGACIONISTAS


Berlim, 07 fev (RV) – O bispo ultraconservador, Dom Richard Williamson, declarou que, no momento, em que pese a exortação do papa, para que retrate as afirmações que fez, negando a existência do holocausto, não pretende fazê-lo. As afirmações do bispo provocaram uma acirrada polêmica em todo o mundo, pois foram divulgadas logo após ter sido revogada a excomunhão que gravava sobre ele e outros três bispos lefèbvrianos, pertencentes à Fraternidade Sacerdotal São Pio X.

Em declarações à revista alemã "Der Spiegel", em sua edição que estará nas bancas na próxima semana, Dom Williamson afirma que, antes de se retratar, pretende rever as provas históricas do holocausto. "Se encontrarei provas de que estava errado, me retratarei, mas isso levará tempo" – justificou-se.

Por outro lado, Dom Williamson reiterou sua rejeição ao Concílio Vaticano II, argumentando que os textos conciliares são "ambíguos". "Tais textos estão na origem do caos teológico hoje existente" – frisou o bispo. Como se não bastasse, o prelado mostrou-se crítico em relação à idéia da validade universal dos direitos humanos. "Onde os direitos humanos são vistos como algo objetivo que o Estado deve impor – argumentou ele – se chega sempre a uma política anticristã" – asseverou.

Nas semanas passadas, Bento XVI revogou a excomunhão que gravava sobre Dom Richard Williamson e outros três bispos ultraconservadores, todos seguidores do arcebispo cismático Dom Marcel Lefèbvre, que foi quem lhes deu a ordenação episcopal, sem mandato pontifício. Dias antes da revogação da excomunhão, Dom Williamson disse, numa entrevista a um canal televisivo sueco, que as câmaras de gás nunca existiram nos campos de extermínio nazistas e que o holocausto nunca aconteceu. No máximo – concedeu – "morreram de 200 mil a 300 mil judeus".

Suas declarações provocaram enorme celeuma em todo o mundo, particularmente depois que veio a público a decisão do papa, de revogar a sentença de excomunhão. A Santa Sé exige – para aperfeiçoar a revogação da excomunhão e a total reintegração dos bispos no seio da Igreja – que eles acatem as decisões do Vaticano II e, em relação a Dom Williamson, que ele se retrate.

Na Alemanha, o "negacionismo" (negar a existência do holocausto) é considerado um delito e a Procuradoria de Regensburg abriu um inquérito contra o bispo.

Os principais críticos da reabilitação dos lefèbvrianos, entre eles o teólogo Hans Küng, afirmam que a negação do holocausto por parte de Williamson é apenas "um sintoma da mentalidade antissemita que predomina entre os ultraconservadores". (AF)







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