A Igreja defende a suprema dignidade de cada vida humana: Papa na mensagem para o
Dia mundial do Doente, este ano especialmente dedicado às crianças
A Igreja sempre afirmou “a absoluta e suprema dignidade de cada vida humana, que há
que viver “em plenitude mesmo quando é débil e envolvida pelo mistério do sofrimento”:
afirma-o Bento XVI na Mensagem para a próxima Jornada mundial do doente, que se celebra
a 11 de Fevereiro, memória de Nossa Senhora de Lurdes. O Papa dedica este ano a sua
Mensagem às crianças doentes ou vítimas de abusos e violências, levando um apelo aos
governos para que promulguem leis a favor dos menores em dificuldade e das suas famílias. Um
cristão “não pode permanecer indiferente” ao “silencioso grito de dor” que se eleva
das crianças doentes ou abandonadas a si mesmas no mundo: a sua consciência de homem
e de crente não lho permite e impõe-lhe “o imperioso dever de intervir”. Com clareza
de tons e grande compaixão, Bento XVI evoca na mensagem o universo de sofrimentos
em que se encontram mergulhados milhões de crianças.
“Há pequenos seres
humanos que levam no corpo as consequências de doenças que tornam uma pessoa inválida,
e outros que lutam com males ainda hoje incuráveis, não obstante o progresso da medicina
e a assistência de válidos investigadores e profissionais da saúde” – escreve o Papa,
que prossegue: “Há crianças feridas no corpo e na alma em razão de conflitos e guerras,
e outras vítimas inocentes do ódio de insensatas pessoas adultas. Há também os
meninos da rua, privados do calor de uma família e abandonados a si mesmos, e
menores profanados por pessoas abjectas que violam a sua inocência, nelas provocando
uma ferida psicológica que os marcará para o resto dos seus dias”. Sem esquecer –
acrescenta – “o incalculável número de menores que morrem de sede, fome ou por carência
de assistência de saúde, como também os pequenos exilados e prófugos da sua própria
terra, com os pais, à busca de melhores condições de vida”.
Bento XVI agradece
sobretudo aos organismos da Igreja que, a todos os níveis, se ocupam de aliviar estes
sofrimentos, mostrando (diz) a mesma “compaixão” de Jesus pela viúva de Naim, que
tinha perdido o filho. E dilatando os confins do seu pensamento, o Papa observa que
“a dedicação quotidiana e o incansável empenho ao serviço das crianças doentes constituem
um eloquente testemunho de amor pela vida humana, em particular pela vida de quem
é débil e de quem depende completamente dos outros”. Bento XVI reafirma “com vigor”
um princípio base para o cristianismo, isto é: “a absoluta e suprema dignidade de
cada vida humana”. Não sofre alterações, com o correr dos tempos – observa – “o ensinamento
que a Igreja incessantemente proclama: a vida humana é bela, e há que a viver em plenitude,
também quando é débil e envolvida no mistério do sofrimento”.
A capacidade
de “amor desinteressado e generoso” pela infância que sofre leva finalmente o Papa
a referir o seu “apreço e encorajamento” às organizações nacionais e internacionais
empenhadas neste campo, em particular nos países pobres. Bento XVI conclui a Mensagem
para o Dia Mundial do Doente de 11 de Fevereiro com um “premente apelo” aos “responsáveis
das nações”, para que – pede – “se potenciem as leis e medidas a favor das crianças
doentes e suas famílias”. Poderão sempre contar com a colaboração da Igreja – assegura.