Washington, 06 fev (RV) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, informou
ontem que a Casa Branca vai criar um escritório para tratar de assuntos ligados à
religião. O organismo vai aderir à estrita separação entre igreja e Estado, sem mostrar
favoritismos com qualquer grupo religioso.
Obama fez o anúncio durante o tradicional
evento ‘National Prayer Breakfast’ (Café da Manhã Nacional dos Fiéis), em Washington.
A Casa Branca explicou que o novo escritório será um recurso para organizações comunitárias
e sem fins lucrativos, seculares e religiosos, para um impacto maior em suas comunidades.
Barak
Obama lembrou como a fé tem causado divisões, guerras e preconceitos: “Embora a fé
tenha sido muito usada como ‘ferramenta para nos separar uns dos outros’, não existe
religião no mundo que seja baseada no ódio” – acrescentou o presidente.
“Todas
as religiões devem ensinar as pessoas sobre o amor e os cuidados uns com os outros”
– disse ainda, citando sua experiência pessoal, filho de um pai nascido muçulmano
e de uma mãe cética em relação a religiões organizadas. Também lembrou a decisão de,
quando um jovem adulto, adotar o cristianismo protestante.
O chamado ‘Escritório
da Casa Branca para as Associações com Grupos de Fé e Vizinhança’, substituirá o ‘Escritório
da Casa Branca de Iniciativas de Fé e Comunidade’, estabelecido por Bush através de
um decreto quando chegou à Presidência, em janeiro de 2001.
“Tem-se falado
muito sobre o papel que nosso Governo deveria desempenhar nesta emergência econômica”
- disse Obama. “E isso está certo, porque o Governo pode e deve fazer muito para ajudar
as pessoas necessitadas. Mas, por mais dinheiro que invistamos, ou por mais cuidadosos
que sejamos na elaboração de nossas políticas, a mudança almejada pelos americanos
não virá somente do Governo”; e completou: “Há uma força para o bem que é maior que
o Governo”.
O novo escritório será dirigido por Joshua DuBois, que já foi diretor
de Assuntos Religiosos na campanha eleitoral. Entre os membros da direção do órgão
estão Arturo Chávez, presidente do Centro Cultural Mexicano Americano em San Antonio,
Texas, e Jim Wallis, diretor-executivo do grupo ativista católico Sojourners, de Washington
DC.