Vaticano responde a Angela Merkel: a Igreja não tolera a negação do Holocausto e
a posição do Papa a esse propósito não podia ser mais clara
(4/2/2009) Com uma declaração entregue aos jornalistas, o Director da Sala de Imprensa
da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, respondeu à chanceler alemã, Angela Merkel,
afirmando que a Igreja não tolera a negação do Holocausto e que a readmissão na comunhão
da Igreja de D. Richard Williamson foi um ‘gesto de misericórdia paterna’. Horas
antes, Ângela Merkel pedira ao Vaticano que expressasse a sua real posição sobre
o ‘negacionismo’, a conduta de negar o massacre de judeus no período do ‘Holocausto’.
“A condenação das declarações ‘negacionistas’ do Holocausto, por parte do
Papa, ‘não podia ser mais clara’, e é evidente que se referiam seja à opinião de D.
Richard Williamson como a posições análogas” – afirmou Padre Lombardi, no seu comunicado.
D. Williamson, que afirmou que as câmaras de gás não existiram e que os judeus
não foram vítimas dos nazistas, é um dos quatro bispos integrantes da Fraternidade
Sacerdotal São Pio X que tiveram a excomunhão revogada por Bento XVI no mês passado.
“O
pensamento do Papa sobre o tema do Holocausto foi expresso com muita clareza na Sinagoga
de Colónia , a 19 de Agosto de 2005, no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau,
a 28 de Maio de 2006, na audiência geral de 31 de Maio de 2006 no Vaticano e na audiência
de 28 de Janeiro passado, com palavras inequívocas” – disse Padre Lombardi, recordando
apenas algumas delas:
“Enquanto renovo com afecto a minha plena e indiscutível
solidariedade para com nossos irmãos judeus, auspicio que a memória da Shoah induza
a humanidade a reflectir sobre a imprevisível potência do mal quando conquista o coração
do homem” - destacou. “A Shoah deve ser para todos uma advertência contra o esquecimento,
contra a negação e contra o reducionismo” - acrescentou o Papa, naquela ocasião.