PADRE LOMBARDI: "HOLOCAUSTO FAZ REFLETIR SOBRE O PODER DO MAL"
Cidade do Vaticano, 04 fev (RV) - O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé,
Padre Federico Lombardi, respondeu ontem à chanceler alemã, Angela Merkel, afirmando
que a Igreja não tolera a negação do Holocausto e que a readmissão de Dom Richard
Williamson foi um ‘gesto de misericórdia paterna’. Horas antes, Merkel pedira ao Vaticano
que expressasse sua real posição sobre o ‘negacionismo’, a conduta de negar o massacre
de judeus no período do ‘Holocausto’.
“A condenação às declarações ‘negacionistas’
do Holocausto, por parte do papa, ‘não podia ser mais clara’, e é evidente que se
referiam seja à opinião de Dom Richard Williamson como a posições análogas” – afirmou
Padre Lombardi, em um comunicado.
Dom Williamson, que afirmou que as câmaras
de gás não existiram e que os judeus não foram vítimas dos nazistas, é um dos quatro
bispos integrantes da Fraternidade Sacerdotal São Pio X que tiveram a excomunhão revogada
por Bento XVI no mês passado.
“O pensamento do papa sobre o tema do Holocausto
foi expresso com muita clareza na Sinagoga de Colônia, em 19 de agosto de 2005, no
campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, em 28 de maio de 2006, na audiência pública
de 31 de maio de 2006 no Vaticano e na audiência de 28 de janeiro passado, com palavras
inequívocas” – disse Padre Lombardi, recordando apenas algumas delas:
“Enquanto
renovo com afeto minha plena e indiscutível solidariedade para com nossos irmãos judeus,
auspicio que a memória da Shoah induza a humanidade a refletir sobre a imprevisível
potência do mal quando conquista o coração do homem” - destacou. “A Shoah deve ser
para todos uma advertência contra o esquecimento, contra a negação e contra o reducionismo”
- acrescentou o papa, na ocasião.