Cidade do Vaticano, 04 fev (RV) - “A interrupção da alimentação e da hidratação
de Eluana Englaro, italiana que se encontra em coma há 17 anos, é um assassinato abominável”
– disse ontem o Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes de Saúde,
Cardeal Javier Lozano Barragan, ao jornal italiano “La Repubblica”.
“Não vejo
como se poderia definir de outra forma o fato de não alimentar alguém” – completou
o cardeal, pedindo para “pararem com este assassínio”.
Eluana Englaro, de
38 anos, foi transferida ontem para a clínica ‘La Quiete’ em Udine, norte do país,
onde deixará de ser alimentada artificialmente, por ordem dos tribunais. A italiana,
que ficou assim devido a um acidente, em 1992, deverá morrer dentro de dias. Seu pai,
Beppino Englaro, garante que Eluana não quereria viver neste estado vegetativo persistente
se pudesse escolher
"Ela não sofrerá", garantiu o neurologista Carlo Alberto
Defanti, acrescentando que os médicos suspenderão a alimentação após fazerem algumas
verificações. Defanti integra uma equipe de 15 médicos que se constituiu em associação
a fim de melhor enfrentar eventuais processos judiciais.
Em sua reflexão depois
da oração do Ângelus, no domingo, Bento XVI condenou a ‘falsa solução’ da eutanásia,
considerando que esta forma de enfrentar o sofrimento é indigna do ser humano.
“Embora
seja cômoda, a verdadeira resposta não pode ser a da morte, mas testemunhar o amor
que ajuda a enfrentar a dor e a agonia de um modo humano. Estejamos certos: nenhuma
lágrima, nem de quem sofre, nem de que está próximo, se perde diante de Deus” - afirmou
o papa.