2009-02-03 13:00:18

CARDEAL VANHYOYE: CONVITE À LECTIO DIVINA


Madri, 03 fev (RV) - É preciso ler a Bíblia com um autêntico espírito de fé e de oração: este o convite feito pelo Secretário emérito da Pontifícia Comissão Bíblica, Cardeal Albert Vanhoye, através das páginas da revista católica espanhola “Ecclesia”. Em uma longa entrevista, o purpurado reafirma que a “Bíblia é um texto que exprime a fé. Para acolhê-lo de modo sério e profundo, é essencial aproximar-se com uma atitude de fé. Por sua vez, existe a convicção de que a Bíblia seja ao mesmo tempo um livro histórico, não uma palavra puramente teórica, pois se trata de uma revelação através de fatos e eventos”.

O Cardeal Vanhoye reafirma ainda o princípio segundo o qual a “Sagrada Escritura é essencial para conhecer Cristo, para segui-Lo, para buscar todas as dimensões de seu mistério, para compreender a estreita relação entre pesquisa exegética e aprofundamento da fé e da vida espiritual”.

Quanto à influência da Palavra de Deus na vida espiritual dos católicos, o Secretário emérito da Pontifícia Comissão Bíblica sublinha a falta de duas coisas: “de um lado, os meios, os instrumentos materiais que ajudem os fiéis a acolher a Bíblia, do melhor modo possível”. Do outro, a meditação dos fiéis sobre o texto bíblico”; porque, “como afirmou várias vezes Bento XVI, a “Lectio Divina” pode ser uma remédio apto a essa finalidade”.

Trata-se, de fato, continua o cardeal, de uma metodologia que “tem o grande mérito de colocar a atenção, antes de tudo, no texto bíblico, considerado por si só, no seu significado preciso. A “Lectio Divina” parte da leitura atenta da Escritura”.

Enfim, respondendo a uma pergunta sobre como evitar que a Bíblia se transforme em mero objeto de estudo por parte dos biblistas contemporâneos, separada da vida espiritual, o Cardeal Vanhoye recorda que “os exegetas não devem somente se contentar de estudar os textos. Devem meditá-los em um contexto de busca do Senhor e de comunhão com Ele, permanecendo sempre conscientes do fato que somente Cristo doa toda a riqueza da vida inspirada, somente Ele abre plenamente as nossas mentes à compreensão da Escritura”.

O remédio mais eficaz, concluiu o purpurado, será “a oração, entendida como meditação que busca a união com o Senhor, a acolhida da sua luz e do seu amor. Somente isso poderá preservar do perigo de um comportamento racionalista e estéril, que se tornará um obstáculo para a vida dos fiéis”. (SP)







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