2009-02-02 18:59:46

PAPA AOS BISPOS DA TURQUIA: A LAICIDADE É UM VALOR, MAS CABE AO ESTADO ASSEGURAR A LIBERDADE RELIGIOSA DOS CIDADÃOS


Cidade do Vaticano, 02 fev (RV) - Bento XVI recebeu em audiência esta manhã, no Vaticano, um grupo de bispos da Turquia, por ocasião de sua visita 'ad Limina'.

A distinção entre esfera civil e religiosa deve ser protegida, mas o Estado deve, ao mesmo tempo, garantir a liberdade religiosa. Foi o que disse o papa no discurso aos prelados turcos. O pontífice, que recordou a sua viagem à Turquia em 2006, convidou cristãos e muçulmanos a trabalharem juntos pela paz e a justiça. A saudação ao Santo Padre foi feita pelo presidente da Conferência Episcopal Turca, Dom Luigi Padovese.

Os cristãos e os muçulmanos se comprometam a trabalhar juntos, em favor do homem, pela vida, pela paz e a justiça: exortou o Santo Padre. O papa recordou que a Turquia tem uma Constituição que defende a laicidade do Estado, embora a maioria parte de seus habitantes seja muçulmana:

"A distinção entre a esfera civil e a esfera religiosa – observou o pontífice – é certamente um valor que deve ser protegido." Todavia – observou – o Estado deve "assegurar de modo eficaz, aos cidadãos e às comunidades religiosas, a liberdade de culto", tornando inaceitável toda e qualquer violência contra os fiéis" de qualquer credo.

Nesse contexto, o pontífice ressaltou a vontade de diálogo dos prelados com as autoridades turcas, em particular, a fim de um "reconhecimento jurídico" da Igreja Católica e de seus bens:

"Tal reconhecimento só pode ter conseqüências positivas para todos" – afirmou. E fez votos de que sejam estabelecidos os "contatos permanentes", por exemplo, mediante a intermediação de uma Comissão bilateral para estudar as questões que ainda não foram resolvidas.

Bento XVI deteve-se, ainda, sobre o Ano Paulino, que tem uma importância particular na terra onde o Apóstolo dos Gentios nasceu e fundou numerosas comunidades – disse.

"Tenho grande satisfação pela dimensão ecumênica" assumida pelos prelados no âmbito das iniciativas na Turquia para o Ano Paulino, disse o papa, fazendo votos de que possam registrar-se novos progressos no caminho rumo à unidade dos cristãos.

Por outro lado, fez votos de que, na Turquia, seja cada vez mais facilitado, aos peregrinos, o acesso aos numerosos lugares significativos para a fé cristã.

"A existência de suas Igrejas locais, em toda a sua diversidade" – foi a sua reflexão – se situa no prolongamento de "uma rica história caracterizada pelo desenvolvimento das primeiras comunidades cristãs".

O Santo Padre deteve-se sobre os muitos discípulos de Cristo que testemunharam o Evangelho na Turquia, até a entrega suprema da vida, como Pe. Andrea Santoro. Que o corajoso testemunho sirva de encorajamento a testemunhar o amor de Deus por todos os homens – exortou:

"O povo de Deus encontrará uma ajuda eficaz para a sua fé e a sua esperança na autêntica comunhão eclesial – disse ainda. Em seguida, ressaltou que justamente os bispos são os primeiros responsáveis pela realização concreta dessa unidade. Essa unidade – prosseguiu – encontra uma fonte vital na Palavra de Deus, como o Sínodo reiterou recentemente.

Bento XVI recordou que um momento significativo da assembléia sinodal foi o pronunciamento do patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I.

Por fim, o papa exortou sacerdotes e religiosos a se inserirem sempre melhor nas realidades locais. E ressaltou a importância da pastoral da juventude e da formação dos leigos.







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