IGREJA DENUNCIA: 400 CIVIS MORTOS NO NORTE DO SRI LANKA
Colombo, 02 fev (RV) - Mais de 400 civis mortos e 1.400 feridos nos últimos
dez dias: esses são alguns números contidos num comunicado divulgado pela Comissão
"Justiça e paz" da diocese de Jaffna, no norte do Sri Lanka.
Toda a comunidade
católica está se mobilizando na assistência e na proteção dos refugiados civis. E
não só, a greve de fome iniciada nos dias passados pelo bispo de Jaffna e por religiosos
e leigos cristãos prossegue.
Segundo o padre Dominic Rohan, missionário claretiano,
depois de três dias de greve de fome na catedral de Jaffna, a iniciativa passou para
as paróquias, com a participação de centenas de pessoas, para protestar contra a guerra
e pedir a proteção dos civis. "A escolha de prosseguir a greve de fome nas igrejas
e não em locais públicos deve-se ao fato de que esta iniciativa não é bem vista pelo
exército e pelos políticos leais ao governo" – afirmou o missionário.
Enquanto
isso, os confrontos prosseguem, destruindo as infraestruturas civis. Como a Cruz Vermelha
divulgou nesta segunda-feira, um hospital da cidade de Puthukkudiyiruppu foi bombardeado,
matando nove pessoas e destruindo a repartição pediátrica.
Já na capital,
Colombo, a nação celebrou hoje o aniversário de independência com discursos eufóricos,
pois, segundo o governo, está em ato a "vitória final" sobre os rebeldes tâmeis.
Mas
o arcebispo de Colombo, Dom Oswald Thomas C. Gomis, recordou que, para a nação, "vitória
significa garantir que todos os cidadãos do país sejam iguais, livres para viver e
alcançar a felicidade com plenitude, sem distinções de raça, religião, casta ou filiação
política".
O arcebispo reiterou que a Igreja condena toda forma de violência:
"Devemos ter presente os milhares de pessoas que sofrem por causa da guerra, que estão
refugiados e vivem em condições desumanas. É um imperativo restituir a elas, o mais
rápido possível, condições dignas de vida. É preciso recordar que os civis tâmeis
são cidadãos do nosso país e não podem ser privados de seus direitos fundamentais".