Nairóbi, 29 jan (RV) - No dia 25 de fevereiro próximo, Quarta-feira de Cinzas,
terá início a Quaresma. Em vista deste importante momento do calendário litúrgico,
a Comissão "Justiça e Paz" da Conferência Episcopal do Quênia, publicou um "guia espiritual"
para os fiéis, intitulado "Justiça, reconciliação e paz".
O livreto quer contribuir
para a "reconstrução da estrutura humana e moral do país, a fim de que se possa erradicar
a impunidade", como escreve no prefácio, o presidente da comissão, o bispo de Nakuru,
Dom Peter Kairo.
O guia, que será distribuído nas dioceses locais a partir
de 22 de fevereiro, é dividido em cinco partes, correspondentes às cinco semanas de
duração da Quaresma. Durante os primeiros sete dias, os fiéis poderão refletir sobre
a necessidade de transmitir os valores éticos à sociedade, a partir das crianças.
"Crescer as crianças sem moralidade – lê-se no texto – é uma injustiça."
Para
a segunda semana, o volume sugere um pensamento sobre a chamada governança: "Com uma
boa governança – escreve Dom Kairo – os cidadãos respeitam seus líderes. E os líderes
têm a responsabilidade de orientar a população a respeitar a Constituição e as leis."
Para a terceira semana da Quaresma, o tema proposto para a reflexão dos fiéis
é a proteção do meio ambiente: um tema particularmente relevante no Quênia, onde os
efeitos das mudanças climáticas provocadas pela degradação ambiental são muito sentidos,
tanto que cerca de 10 milhões de pessoas lutam contra a penúria desencadeada pela
seca.
Durante a quarta semana, os fiéis se concentrarão sobre a falta de alimentos
adquiridos a um preço justo, uma situação que aflige o Quênia. "Como cristãos – lê-se
no guia – nós somos chamados a nos comprometer seriamente em prol do nosso meio ambiente,
da segurança alimentar e da equidade."
Enfim, o tema proposto para a última
semana de Quaresma é o da "reconciliação nacional". "Devemos estar prontos – escreve
Dom Kairo – a olhar a justiça de frente, com espírito de honestidade e coragem, a
fim de que a paz possa reinar em nosso país. Somente com um espírito sincero e ações
de verdadeira reconciliação, inspiradas em Jesus Cristo, poderemos viver nesta nação,
como verdadeiros quenianos." (SP)