Fátima acolhe assembleia do presbitério lisboeta. D. José Policarpo pede unidade e
discernimento. O enquadramento da assembleia feito pelo P. Peter Stilwell
(28/1/2009) O Patriarcado de Lisboa divulgou esta Quarta-feira os dados estatísticos
actualizados relativos aos seus sacerdotes, nos quais se constata que mais de metade
(50,7%) dos 258 sacerdotes têm mais de 60 anos. Há 38 sacerdotes com mais de 80
anos, 6 dos quais ainda são párocos e um vigário-paroquial. Dos 248 sacerdotes
incardinados na arquidiocese de Lisboa, 15 encontram-se em missões no exterior e 50
estão jubilados. Muitos destes prestam ainda uma colaboração pastoral na medida das
suas possibilidades. Das 288 paróquias da diocese, 38 estão ao cuidado de sacerdotes
de congregações religiosas e 28 de sacerdotes provenientes de outras dioceses. Por
outro lado, 23,39% dos padres do Patriarcado têm entre 25 e 40 anos. A Assembleia
do Presbitério de Lisboa iniciou-se esta manhã no Santuário de Fátima, com uma Conferência
do Cardeal-Patriarca, intitulada “A comunhão do Presbitério na Igreja comunhão. Para
D. José Policarpo, é necessário dar “um lugar privilegiado à paixão pelas vocações
sacerdotais, na certeza de que nós somos o presente do nosso presbitério e o futuro
será dom amoroso de Deus, que nós podemos merecer”. A intervenção inicial desta
Assembleia lembrou, por outro lado, a necessidade “urgente de discernir o lugar dos
leigos na missão”. “A crise dos órgãos de corresponsabilidade pastoral, mesmo
dos que são obrigatórios, abrem um espaço largo para a urgência deste discernimento”,
alertou D. José Policarpo, pedindo ainda o “discernimento necessário para valorizar
e integrar na unidade da Igreja a imensa variedade de carismas e associações laicais”.
“Convoquei-vos para esta Assembleia para meditarmos, aprofundarmos e sentirmos
o mistério que nos une e faz de nós um corpo, o Presbitério de Lisboa”, explicou o
Patriarca. “A variedade das pessoas e dos seus dons, o campo legítimo do discernimento
pessoal, têm de convergir para a unidade do projecto de Deus, em Igreja. Sem esta
atitude, o nosso esforço e capacidade humanos levará à dispersão e à falta de unidade”,
disse ainda. Chamadas de atenção D. José Policarpo desafiou os presentes
a interrogarem-se sobre a “qualidade do nosso ministério da Palavra. E só em conjunto,
nos podemos aperfeiçoar”. “Um desafio particular, recentemente lançado de novo
pelo Sínodo dos Bispos, é a qualidade da homilia. Como poderemos avançar em conjunto
para as melhorar? Normalmente só me chegam os ecos negativos e críticos, talvez nem
sempre justos, de homilias longas demais, pouco centradas na Palavra de Deus, demasiadamente
marcadas pelas ideias pessoais do sacerdote, nem sempre consentâneas com o sentir
da Igreja”, referiu. Para o Patriarca de Lisboa, “é, sobretudo, na administração
dos sacramentos que o sacerdote se afirma como ministro da Igreja mistério; actuando
em nome de Cristo, afirma continuamente que a origem da Igreja é Cristo ressuscitado”.
“Celebrar bem a Eucaristia é algo em que temos de nos ajudar mutuamente. Não permitir
que a Eucaristia esteja presente na nossa vida só pela quantidade de celebrações e
pelo esforço que isso representa”, indicou. D. José Policarpo sublinhou ainda
que “o nosso ministério é a afirmação contínua da força da caridade” e que “o sacerdote
deve conduzir a comunidade de modo que ela se torne anunciadora e testemunha do Evangelho”
. “Estamos num momento da nossa Igreja diocesana em que somos chamados a refrescar
e, porventura, a rever os caminhos da evangelização: a catequese, concebida como autêntica
iniciação cristã; a preparação para os sacramentos; as estruturas sociais de expressão
da caridade; a maneira de estar no mundo como «fermento na massa», promovendo o sentido
cristão das realidades terrestres, à luz do Evangelho e da doutrina da Igreja”, elencou
o Cardeal-Patriarca. -Num tempo de depressão das pessoas e em que há um
certo pessimismo, é preciso valorizar as iniciativas da diocese em favor das populações. O
desafio é lançado pelo Padre Peter Stilwell, um dos organizadores da Terceira Assembleia
do Presbitério de Lisboa. Em entrevista ao nosso correspondente em Portugal Domingos
Pinto, o Padre Peter Stilwell diz que mais do que resolver problemas práticos, este
vai ser um encontro de partilha dos padres com os seus bispos para aprofundarem as
razões do seu sacerdócio e os sinais de esperança das comunidades que servem.... O
padre Peter Stilwell enquadra esta assembleia a partir da carta que D. José Policarpo
escreveu neste contexto aos padres da diocese