IMIGRAÇÃO: PÁROCO DE LAMPEDUSA PEDE INTERVENÇÃO DO PAPA

Roma, 27 jan (RV) - Nos últimos dias, a chegada de centenas de clandestinos ao sul da Itália, na ilha de Lampedusa, reacendeu a polêmica sobre a imigração.

Atualmente, o Centro de Primeira Acolhida está superlotado, com cerca de 1.800 pessoas. O prefeito e o pároco da ilha siciliana de Lampedusa, Bernardino De Rubeis e Pe. Stefano Nastasi, respectivamente, pediram a intervenção do Papa Bento XVI diante dos últimos acontecimentos. Eles defendem que a intervenção do pontífice é "indispensável agora que a situação tem assumido características de uma crise humanitária".

O padre, por sua vez, também solicitou auxílio à Conferência Episcopal Italiana (CEI) e pediu para Bento XVI "fazer um discurso de conforto aos imigrantes e à população de Lampedusa".

"Primeiro, éramos uma ilha. Agora, estamos só isolados. Lampedusa foi militarizada, mas não é somente com as forças de ordem que se resolve esta crise", disse o prefeito da ilha.

No sábado, cerca de 1.300 imigrantes irregulares que estavam no Centro conseguiram fugir do local e fizeram uma passeata em direção à prefeitura, pedindo "ajuda" e "liberdade". Os imigrantes retornaram ao Centro algumas horas depois, sem incidentes.

No dia anterior, cerca de quatro mil moradores da ilha – que possui seis mil habitantes – realizaram uma manifestação com o apoio do prefeito local contra a criação de um novo centro para abrigar imigrantes ilegais, proposta pelo ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni.

Enquanto isso, 16 mulheres continuam em greve de fome no novo Centro de Identificação e Expulsão improvisado na antiga base militar, para protestar contra a iminente repatriação.