2009-01-26 12:48:46

A preocupação e actuação da Igreja a favor dos direitos humanos, do respeito pela vida, de um autêntico desenvolvimento para todos e de promoção da paz, no discurso do Papa ao novo Embaixador da França junto da Santa Sé


(26/1/2009) A preocupação e actuação da Igreja a favor dos direitos humanos, do respeito pela vida, de um autêntico desenvolvimento para todos e de promoção da paz foram pontos sublinhados pelo Santo Padre recebendo nesta segunda-feira as Cartas Credenciais do novo Embaixador da França junto da Santa Sé.

O Papa começou por evocar a sua viagem a Paris e a Lourdes, no ano passado, com as multidões de pessoas então reunidas em assembleia de oração. Momentos que – observou - testemunharam “a capacidade da fé de manter serenamente aberto o espaço de interioridade que existe no homem”, reunindo ao mesmo tempo, “de modo fraterno e jubiloso, grandes multidões compostas de homens e mulheres tão diversos” entre si. A viagem pastoral à França – fez ainda notar o Papa - demonstrou também que “a comunidade católica faz parte das forças vivas” do país.

Referindo o grande debate sobre a bioética que teve lugar em França no ano passado, Bento XVI congratulou-se com as “sapientes conclusões, cheias de humanidade” a que chegou a comissão parlamentar encarregada de estudar as questões relativas ao termo da vida, propondo “reforçar os esforços para melhor acompanhar os doentes”. Oxalá a mesma sapiência presida à próxima revisão das leis da bioética. “Os potentes avanços científicos (sublinhou o Papa) devem ser sempre guiados pela preocupação de servir o bem e a inalienável dignidade do homem”.

Passando à actual crise económica e às decisões que a esse propósito o governo francês tem vindo a adoptar, o Pontífice fez votos de que as medidas previstas tenham particularmente a peito “favorecer a coesão social, proteger as populações mais débeis e sobretudo restituir ao maior número possível a oportunidade de se tornarem actores de uma economia que possa de facto gerar serviços e verdadeira riqueza”. As dificuldades actuais – sublinhou Bento XVI – podem ser a ocasião propícia para relançar a economia em novos moldes, favoráveis a um autêntico desenvolvimento geral:

“Estas dificuldades constituem uma penosa fonte de inquietações e de sofrimentos para muitos, mas são também uma oportunidade para sanear os mecanismos financeiros, para fazer progredir o funcionamento da economia no sentido de uma maior preocupação pelo homem e para reduzir as formas antigas e novas de pobreza”.

Sobre a intenção das autoridades francesas de criarem “mecanismos de discussão e de representação dos cultos", o Papa sublinhou que os Bispos católicos sempre se preocuparam em “reunir as condições para diálogo sereno e permanente com todas as comunidades religiosas e todas as famílias de pensamento”. Trata-se de “assegurar as bases de um diálogo intercultural e inter-religioso em que as diferentes comunidades religiosas têm a oportunidade de mostrar que são factores de paz”.

“Reconhecendo o valor transcendente de cada ser humano, longe de colocar os homens uns contra os outros, (as comunidades religiosas) favorecem a conversão do coração que conduz então a um compromisso contra a violência, o terrorismo ou a guerra, e à promoção da justiça e da paz”.

Perante “as numerosas crises que marcam hoje em dia o cenário internacional”, Bento XVI teve uma palavra de solicitude e de esperança:

“A Santa Sé segue com constante preocupação as situações de conflito e os casos de violação dos direitos humanos, convicta porém de que a comunidade internacional, na qual a França desempenha um importante papel, pode fornecer um contributo cada vez mais justo e eficaz a favor da paz e da concórdia entre as nações e para o desenvolvimento de cada país”.








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