Bento XVI aos jornalistas católicos: coragem da coerência e diálogo com o mundo
laico á procura de valores partilhados
(24/1/2009) A coragem da coerência com os próprios valores, também a custo de pagar
pessoalmente, e dialogo com o mundo laico á procura de valores partilhados: são as
indicações oferecidas por Bento XVI numa carta aos jornalistas da União católica da
imprensa italiana que nestes dias celebrou em Roma o seu congresso nacional, por ocasião
dos 50 anos de fundação. O Papa manifesta o seu apreço pelo serviço precioso que
esta organização ofereceu ao longo dos seus 50 anos, á Igreja e ao país. Neste período
– salienta - muitas coisas mudaram. De maneira mais visível em sectores como a ciência,
a tecnologia, a economia e a geopolítica; de maneira menos visível, mas mais profunda
e também mais preocupante - sublinha Bento XVI – no âmbito da cultura corrente, na
qual parece estar notavelmente enfraquecido, juntamente com o respeito pela dignidade
da pessoa, o sentido dos valores como a justiça, a liberdade, a solidariedade, que
são essenciais para a sobrevivência da sociedade. Ancorado a um património de princípios
enraizados no Evangelho, o trabalho dos jornalistas católicos – afirmou o Santo Padre
– resulta hoje ainda mais árduo : ao sentido de responsabilidade e ao espírito de
serviço devem de facto juntar-se uma cada vez mais acentuada capacidade profissional
e juntamente uma grande capacidade de diálogo com o mundo laico á procura de valores
que sejam partilhados. Os jornalistas católicos - acrescenta o Papa – encontrarão
tanto mais facilmente escuta, em particular entre os laicos, quanto mais coerente
for o seu testemunho, embora silencioso, sem rótulos, mas cheio de substancia e inspirado
nos valores da fé. Trata-se de uma tarefa cada vez mais exigente, na qual os espaços
de liberdade são muitas vezes ameaçados e os interesses económicos e políticos predominam
não poucas vezes sobre o espírito de serviço e sobre o critério do bem comum. Por
isso Bento XVI exorta os jornalistas católicos a não cederem a compromissos mas a
terem a coragem da coerência, também a custo de pagar pessoalmente: a serenidade da
consciência – conclui o Santo Padre não tem preço.