2009-01-23 13:01:24

Bento XVI ao novo patriarca siro-católico: “no Oriente, de onde veio o anúncio do Evangelho, as comunidades cristãs continuem a viver e a testemunhar a sua fé”


(23/1/2009) Bento XVI deseja que no Oriente as comunidades cristãs continuem a testemunhar a sua fé, como o fizeram ao longo dos séculos e espera que aos que vivem na diáspora seja assegurada a assistência pastoral que lhes permita manterem-se fiéis às suas raízes religiosas. Sentimentos expressos pelo Papa, nesta sexta-feira, 23 de Janeiro, dirigindo-se ao neo-eleito Patriarca de Antioquia dos Sírios (no Líbano), sua Beatitude Ignatius Joseph III Younan. A eleição canónica teve lugar no Vaticano, da parte do Sínodo dos Bispos da Igreja Siro-Católica, que se reuniu no Vaticano de 18 a 20 do corrente.

De 64 anos de idade, o novo Patriarca nasceu na Síria, tendo realizado os seus estudos no Líbano e em Roma. Ordenado padre em 1971, desempenhou inicialmente o seu ministério pastoral em Beirut. Em 1986 foi enviado para os Estados Unidos, para a assistência pastoral das comunidades siro-católicas. De 1990 a 1995 foi Delegado da Congregação para as Igrejas Orientais para os Siro-católicos dos Estados Unidos e Canadá. Em 1995 foi nomeado Bispo de uma nova Eparquia Siro-católica nos Estados Unidos e Canadá.

Dirigindo, “com alegria”, uma “saudação fraterna” a sua Beatitude Ignatius Joseph III Younan, o Papa invocou sobre ele “a graça do apostolado para poder servir a Igreja e glorificar o seu Santo Nome perante o mundo”. Recordando a profunda ligação existente, desde as origens do cristianismo, entre os Apóstolos Pedro e Paulo e Antioquia, Bento XVI evocou os “ilustres Pais na fé” provenientes desta Igreja:

“Em primeiro lugar santo Inácio, Bispo de Antioquia, do qual, por tradição, os Patriarcas Siro-antioquenos, adoptam o nome no momento em que aceitam o ofício patriarcal; e santo Efrém, comummente chamado o Sírio, cuja luz espiritual continua a iluminar vivamente a Igreja universal”.

E “com eles, outros grandes santos, filhos e pastores” desta Igreja – observou ainda o Papa – “ilustraram admiravelmente o mistério da salvação e isso mais do que uma vez, com a sublime eloquência do martírio”.

“Desta herança é primeiro guardião o novo Patriarca. Contudo, cada um deverá, como irmão e membro do Sínodo, contribuir também para este cargo em espírito de verdadeira colegialidade episcopal. Coloco nas mãos do novo Patriarca e do Episcopado siro-católico antes de mais a tarefa da unidade entre os pastores e no seio das comunidades eclesiais”.

Confirmando conceder de boa vontade o seu acordo de “comunhão eclesiástica” ao novo Patriarca eleito pelo Sínodo Siro-católico, Bento XVI sublinhou o sentido desta profunda comunhão:

“A comunhão com o Bispo de Roma, sucessor do bem-aventurado Apóstolo Pedro, estabelecido pelo próprio Senhor como fundamento visível da unidade na fé e na caridade, é a garantia do elo com o Cristo Pastor e insere as Igrejas particulares no mistério da Igreja una, santa, católica e apostólica”.

Quase a concluir a sua alocução ao novo Patriarca siro-católico, o Santo Padre referiu com apreço o facto de este conhecer bem o Médio Oriente, berço da Igreja Siro-católica, mas também as comunidades da diáspora, na América, exprimindo a esperança de que esta circunstância favoreça o “estreitar de relações com a Mãe pátria, que tantos orientais tiveram que deixar para procurar melhores condições de vida”.

“É meu desejo que no Oriente, de onde veio o anúncio do Evangelho, as comunidades cristãs continuem a viver e a testemunhar a sua fé, como fizeram ao longo dos séculos, fazendo ao mesmo tempo votos de que se assegurem os adequados cuidados pastorais a todos os que se estabeleceram noutros lugares, para que possam permanecer ligados de maneira frutuosa às suas raízes religiosas”.

O Papa invocou a ajuda de Deus para cada comunidade oriental para que, onde quer que se encontre, se saiba integrar no seu novo contexto social e eclesial, sem perder a sua própria identidade e mantendo a marca da espiritualidade oriental… de tal modo que a Igreja fale eficazmente de Cristo ao homem contemporâneo”. “Os cristãos hão-de assim enfrentar os desafios mais urgentes da humanidade, edificando a paz e a solidariedade universal e testemunhando a grande esperança de que são os infatigáveis portadores”.








All the contents on this site are copyrighted ©.