REBELDES UGANDENSES ATEIAM FOGO A IGREJA E MATAM CENTENAS DE CIVIS NO CONGO
Nairóbi, 20 jan (RV) – Numerosos civis morreram dentro de uma igreja incendiada
no nordeste da República Democrática do Congo, pelo grupo rebelde autodenominado Exército
de Resistência do Senhor (ERS), chefiado por Joseph Kony. Foi o que informou nesta
segunda-feira, a emissora de rádio "Okapi".
Os rebeldes atearam fogo à igreja,
situada na localidade de Dungu, no último sábado, enquanto os fiéis rezavam. Não se
sabe o exato número de pessoas que se encontravam no interior da igreja, no momento
da tragédia, disse a emissora patrocinada pela missão da ONU na RDC, a MONUC.
Dungu
é um dos locais onde os insurgentes do Exército de Libertação do Senhor estabeleceram
uma de suas tantas bases de retaguarda, no território da República Democrática do
Congo. As milícias ugandenses combateram, durante todo o fim de semana, ao lado das
forças da RDC, contra os rebeldes, nas localidades de Tora e Libombi, a 130 km de
Dungu.
Segundo fontes locais, os insurgentes ugandenses incendiaram várias
casa em Tora, onde se registraram cinco mortos e seis feridos, enquanto mais de cem
pessoas abandonaram suas casas, por medo que os ataques de repitam.
A organização
de defesa dos direitos humanos, Human Rights Watch, diz, num informe divulgado
no último sábado, que 620 pessoas foram assassinadas pelos rebeldes do ERS, de 24
de dezembro último a 13 de janeiro.
O ERS pretende derrocar o governo de Kampala
e instalar, em Uganda, um sistema de governo baseado nos Dez Mandamentos bíblicos.
Para tanto, desrespeita continuamente o quinto mandamento, que ordena "Não matar".
De fato, sob as ordens de Joseph Kony, os rebeldes torturam sistematicamente e matam
milhares de civis no norte do país.
Considerado como um dos grupos rebeldes
mais sanguinários do mundo, o ERS é conhecido por sequestrar crianças: os meninos
são forçados a lutar em suas fileiras; e as meninas se tornam escravas sexuais, desde
a mais tenra idade.
Joseph Kony tem 33 processos pendentes contra si, perante
o Tribunal Penal Internacional, por crimes de guerra e contra a humanidade. (AF)