(20/1/2009) O Dia Mundial dos Leprosos celebra-se no último Domingo de Janeiro (este
ano será a 25 de Janeiro); foi instituído pela ONU, em 1954, por iniciativa de Raoul
Follereau, o qual dedicou mais de 50 anos da sua vida a defender o tratamento, a cura
e a dignificação das vítima do flagelo da lepra. Na mensagem para este ano, realça-se
que este dia é “uma nova oportunidade para reflectirmos e, connosco, a comunidade
em geral, sobre a difícil situação em que vivem milhões de pessoas afectadas pela
doença de Hansen – a Lepra”. A Lepra é uma doença infecciosa crónica, caracterizada
por um largo período de incubação (vários anos), que se manifesta sobre todo o sistema
nervoso periférico e sobre a pele. Afecta uma reduzida proporção de indivíduos “susceptíveis”
e apresenta um espectro clínico muito amplo conforme a resposta imunológica de cada
paciente. O bacilo responsável pela doença foi identificado em 1873, pelo médico
norueguês, Dr. G.H.Armauer Hansen e, até à actualidade, não foi possível cultivá-lo
artificialmente, pelo que não existe uma vacina eficaz para a sua prevenção. Apesar
dos esforços dos serviços oficiais e do empenho de muitas O.N.G.s, promoverem o tratamento
e cura de largos milhares de Leprosos em cada ano, a pobreza, a fome e a falta de
higiene fazem aparecer anualmente cerca de 400/500 mil novos casos de Lepra, dos quais
10% são crianças e jovens, em vários países onde a doença é endémica. A existência
de milhões de doentes impõe-nos a reflexão e a obrigação de disponibilizarmos algo
do nosso supérfluo, e, quantas vezes do nosso essencial, para partilharmos com estes
seres humanos, nossos semelhantes, que nada têm para além da esperança que alguém
os ajude, de modo a poderem participar da dignidade reconhecida a todos os membros
da sociedade.