Apelo de Barack Obama á unidade dos norte-americanos
(19/1/2009) O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, apelou à unidade
dos norte-americanos, num grande concerto em sua honra no Lincoln Memorial, no centro
de Washington, onde este domingo chegou após uma viagem histórica desde Filadélfia. "Se
conseguirmos identificar-nos uns com os outros e unir-nos, não só recuperaremos a
esperança e a capacidade em sítios onde são necessárias, mas também melhoraremos o
nosso país", disse Obama. Recessão, encerramento da prisão de Guantánamo, retirada
das tropas do Iraque, reforços no Afeganistão e crise no Médio Oriente são alguns
dos principais desafios que Obama terá de enfrentar quando tomar amanhã posse como
44.º presidente. "Ao longo da nossa história, só um punhado de gerações se viram confrontadas
com desafios tão graves como aqueles que actualmente enfrentamos", declarou Obama
num breve discurso, perante uma multidão que assistiu ao concerto que iniciou quatro
dias de celebrações por ocasião da sua tomada de posse. Obama chegou a Washington
num comboio. Ao cumprir parte do percurso que Lincoln efectuou em 1861, Obama falou
das dificuldades que hoje preocupam os cidadãos e apelou aos norte-americanos para
que se inspirem na luta dos pais fundadores dos EUA e contribuam para uma "nova declaração
de independência", porque a "revolução americana foi e continua a ser uma luta contínua". Barack
Obama era acompanhado pela mulher Michelle, que festejou, anteontem, o seu 45.º aniversário,
pelas suas filhas Sasha e Malia, bem como pelo vice-presidente eleito Joe Biden. Em
Washington foi dado início a uma série de eventos, tanto do mundo artístico como de
grupos privados, passando pelo serviço voluntário na capital do país. Com a mão direita
em cima da Bíblia usada por Lincoln também na posse, em 1861, Obama jurará como primeiro
presidente negro dos EUA esta terça feira, junto ao Capitólio, debaixo de uma vigilância
presidencial sem precedentes. Os preparativos para a festa duram há semanas para
que nada seja deixado ao acaso. Foram emitidos 240 mil bilhetes para as cerimónias
oficiais. Os que ficaram de fora poderão seguir o evento através dos vários ecrãs
gigantes espalhados pela cidade. Segundo informações oficiais, além de oito mil
polícias, 7500 militares e dez mil membros da Guarda Nacional estarão dispersos entre
a multidão. Agentes do FBI e dos serviços secretos foram mobilizados. As autoridades
temem um atentado com armas biológicas e adoptaram o lema: "Esperançados no melhor,
preparados para o pior."