2009-01-18 13:06:14

Dia Mundial dos Migrantes, Semana da Unidade e o conflito na Faixa de Gaza nas palavras do Papa por ocasião do Angelus dominical


Ocorrendo neste domingo o Dia Mundial dos Migrantes, foi a este tema que Bento XVI dedicou a alocução do meio-dia, antes da recitação do Angelus. O Papa evocou também o Encontro Mundial das Famílias, na Cidade do México, e a Semana de Oração pela unidade dos cristãos. Bento XVI referiu-se também, “com profunda trepidação”, ao conflito na Faixa de Gaza, convidando a “recordar ao Senhor as centenas de crianças, pessoas idosas, mulheres, vítimas inocentes da inaudita violência, assim como os feridos e todos os que choram pelos seus entes queridos e os que perderam os seus bens”. O Papa encorajou todos os esforços de estabelecimento da paz, convidando a rezar por essa intenção:

“Convido-vos a acompanhar com a oração os esforços que numerosas pessoas de boa vontade estão a realizar para deter a tragédia. Espero vivamente que se saiba aproveitar, com sabedoria, das hipóteses em aberto para restabelecer a trégua e encaminhar-se para soluções pacíficas e duradouras”.

“Renovo o meu encorajamento a todos os que, de um e de outro lado, acreditam que na Terra Santa há lugar para todos, para que ajudem os seus a emergir das ruínas e do terror, retomando corajosamente o fio do diálogo, na justiça e na verdade. É este o único caminho que pode efectivamente abrir um futuro de paz para os filhos desta querida região”.

A propósito da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que no hemisfério norte se celebra de 18 a 25 de Janeiro, o Papa convidou todos a rezar, nestes dias, mais intensamente, para que os cristãos caminhem de modo decidido para a plena comunhão entre si. “Dirijo-me especialmente aos católicos espalhados pelo mundo, para que – disse Bento XVI – unidos na oração, não se cansem de actuar para superar os obstáculos que ainda impedem a plena comunhão com todos os discípulos de Cristo”.

“O compromisso ecuménico é ainda mais urgente hoje em dia, para dar à nossa sociedade, marcada por trágicos conflitos e dilacerantes divisões, um sinal e um impulso para a reconciliação e a paz”.

De entre as saudações aos diferentes grupos de fiéis presentes na Praça de São Pedro, Bento XVI não esqueceu os representantes das comunidades migrantes católicas que vivem em Roma. Saudando-os cordialmente como amigos e dirigindo-lhes uma exortação, o Papa fez suas as palavras do Apóstolo Paulo:

“na Igreja vós não sois estrangeiros nem hóspedes, mas fazeis parte da família de Deus. Tratai de inserir-vos bem na comunidade eclesial e civil, com a riqueza da vossa fé e das vossas tradições”.

Como dizíamos, a alocução antes das Ave Marias tinha-a dedicado o Papa precisamente à celebração, neste domingo, do Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados. Partindo da responsabilidade de evangelização que incube à Igreja e a cada um dos cristãos, Bento recordou o dever de “transmitir a mensagem de amor de Jesus especialmente a quantos ainda o não conhecem ou que se encontram em situações difíceis e dolorosas”. No caso concreto dos migrantes – observou – a realidade que estes vivem é “sem dúvida variegada: em alguns casos, graças a deus, é serena e bem integrada; outras vezes, infelizmente, é penosa, difícil, se não mesmo dramática”.

“Desejaria assegurar que a comunidade cristã olha com atenção para cada pessoa e para cada família, e pede a São Paulo a força de um renovado impulso para favorecer, em todas as partes do mundo, a convivência pacífica entre homens e mulheres de diferentes etnias, culturas e religiões”.

“Cada um de nós, segundo a própria vocação (observou o Papa), está chamado a testemunhar o Evangelho onde se encontra e vive, com uma atenção ainda maior aos irmãos e irmãs que dos outros países, por diversos motivos, viveram até ao meio de nós, valorizando assim o fenómeno das migrações como ocasião de encontro entre as civilizações”.

“Rezemos e actuemos para que isto acontece de modo pacífico e construtivo, no respeito e no diálogo, pondo de lado qualquer tentação de conflito e de abuso”.

Uma última evocação, reservou-a o Papa aos homens do mar - marítimos e pescadores – que desde há um certo tempo vivem uma situação de “acrescidas dificuldades, com restrições para desembarcarem e para acolherem a bordo os capelães e enfrentando até mesmo os riscos da pirataria e os prejuízos da pesca ilegal”. Exprimindo-lhes a sua proximidade, Bento XVI fez votos de que, “nas actividades de socorro no mar, a sua generosidade seja recompensada com maior consideração”.








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