PAPA AOS BISPOS IRANIANOS: CULTIVEM O DIÁLOGO COM O ISLÃ
Cidade do Vaticano, 16 jan (RV) - Bento XVI recebeu em audiência nesta sexta-feira,
no Vaticano, os bispos iranianos que amanhã concluem a sua Visita ad Limina.
O
papa demonstrou conhecer bem a situação da Igreja iraniana e manifestou grande estima
pela missão cotidiana que os bispos exercem com perseverança no país e os esforços
que sacerdotes e religiosos fazem para chegar às pequenas comunidades.
"Para
superar estas e outras dificuldades concretas está sendo avaliada a criação de uma
comissão bilateral com as autoridades do país a fim de ajudar também nos progressos
das relações e na compreensão recíproca entre a República Islâmica do Irã e a Igreja
Católica", sublinhou o Santo Padre.
Mas a questão do diálogo com as autoridades
iranianas e com a população muçulmana, cerca de 70 milhões de pessoas, esteve presente
em toda a reflexão do papa. "Os cem mil cristãos que vivem no Irã, mesmo vivendo em
contextos diferentes, possuem um denominador comum", frisou o Santo Padre e acrescentou:
"É
necessário cultivar relações harmoniosas com as instituições públicas (...) a fim
de que vocês possam desempenhar melhor a missão eclesial no país atrvés do respeito
recíproco e do bem de todos. Encorajo-os a colocar em prática iniciativas em prol
da promoção de uma melhor compreensão mútua. O diálogo cultural, riqueza plurimilenar
do Irã, e a caridade devem ser cultivados. A caridade iluminará o diálogo cultural
e será o seu motor".
O Santo Padre ressaltou ainda que a Igreja no Irã é herdeira
de uma nobre tradição e de uma longa presença cristã no país. Bento XVI analisou um
aspecto particular da sociedade iraniana, que merece uma especial atenção pastoral.
"Às vezes os cristãos em suas comunidades buscam oportunidades que favoreçam sua vida
profissional e a educação de seus filhos. Vocês, como pastores, são chamados a encorajar
os fiéis que permanecem no Irã, a manter contato com os membros de suas famílias que
escolheram um destino diferente. Eles deverão ser capazes de conservar a sua identidade
e a fé que receberam de seus antepassados", concluiu o papa. (MJ)