2009-01-16 13:46:34

Bento XVI aponta aos Bispos católicos do Irão o diálogo cultural e o exercício da caridade como vias a percorrer


(16/1/2009) O diálogo cultural e o exercício da caridade, que tudo ilumina e dinamiza, foram as duas “vias” apontadas por Bento XVI aos bispos do Irão, recebidos nesta sexta-feira, no Vaticano, na conclusão da respectiva visita ad limina Apostolorum. Com palavras de grande cordialidade, o Santo Padre exprimiu aos quatro prelados iranianos o seu grande “apreço pelo serviço que prestam numa terra onde a presença cristã é antiga e se desenvolveu e manteve no meio das vicissitudes da história iraniana”.
Referindo a variedade de ritos e tradições dos católicos do Irão, divididos por três comunidades eclesiais – Igrejas arménia, caldeia e latina, o Papa sublinhou que essa realidade exprime “a riqueza da unidade na diversidade, que existe no seio da Igreja católica”, mas recomendou uma convergência de esforços entre todos, nomeadamente nas relações com as autoridades públicas, uma vez que são comuns os problemas a enfrentar:

“É preciso desenvolver relações harmoniosas com as instituições públicas que, com a graça de Deus, se hão-de ir pouco a pouco aprofundando, permitindo realizar melhor a sua missão de Igreja no respeito mútuo e a bem de todos. Encorajo-vos a promover todas as iniciativas que favoreçam um conhecimento recíproco.”

Para tal, o Papa sugeriu “duas vias” possíveis, a explorar:

“A via do diálogo cultural, riqueza plurimilenária no Irão, e a via da caridade. Há-de ser esta última a iluminar a primeira e a servir-lhe de motor. ‘O amor é paciente; presta serviço… O amor nunca passará’ …”

Para resolver o problema das deslocações de padres e religiosos, para a assistência pastoral às comunidades cristãs disseminadas através do Irão, o Papa congratulou-se com a hipótese de se vir a constituir com as Autoridades uma Comissão bilateral para desenvolver mútuas relações e conhecimento, entre a República Islâmica do Irão e a Igreja Católica.
Perante o elevado número de cristãos que têm vindo a abandonar o país, imigrando à procura de melhores condições de vida, o Papa registou positivamente os esforços desenvolvidos pelos bispos iranianos de prestar ajuda aos fiéis que decidem permanecer no seu país, para que estes “possam manter ali a sua identidade e fé ancestral”.

“O caminho que se vos depara é longo. Exige muita constância e paciência. O exemplo de Deus, misericordioso e paciente com o seu povo, será o vosso modelo, ajudando-vos a percorrer o caminho do diálogo. As vossas Igrejas são herdeiras de uma nobre tradição e de uma longa presença no Irão. Elas contribuíram, cada uma à sua maneira, para a vida e edificação do país. Elas desejam prosseguir a sua obra de serviço no Irão, mantendo a sua identidade própria e vivendo livremente a sua fé”.









All the contents on this site are copyrighted ©.