TAXA PARA VISTO DE PERMANÊNCIA NA ITÁLIA VIOLA DIREITOS FUNDAMENTAIS
Roma, 15 jan (RV) – Os combonianos são contrários à taxa que o Estado italiano
propôs cobrar aos imigrantes, para a concessão do visto de permanência no país – o
"soggiorno" – assim como são contrários ao novo delito a ser introduzido no Código
Penal Italiano, que é o de "imigração clandestina", ressaltando que ambos são instituições
contrárias "aos direitos institucionais da pessoa".
O protesto está contido
numa nota da Assembléia de Animação Missionária, da província italiana dos combonianos,
em andamento em Pesaro. As combonianos manifestam-se preocupados também, "pela deterioração
da situação dos imigrantes na Itália". "O governo – afirmam os missionários – pede
uma ulterior contribuição financeira aos estrangeiros, para fazer frente à atual crise
econômica."
"Não estamos de acordo com a aplicação dessa taxa para a concessão
do visto de permanência – dizem os combonianos na nota – os imigrantes já contribuem
com sacrifício, com a nossa sociedade e o fazem oferecendo serviços que os italianos
não querem mais fazer, garantindo assistência aos idosos e deficientes não mais seguidos
por suas famílias, por salários mais baixos do que os habitualmente pagos por tais
serviços."
Quanto à introdução do delito de "imigração clandestina", os combonianos
recordam que a Itália produziu, nos últimos 100 anos, cerca de 50 milhões de emigrantes,
que foram para outros países, buscar a própria sobrevivência. Recordando essa experiência
– ressaltam – é preciso dar espaço àqueles que querem viver em nosso país e contribuir
para o crescimento da nação.
"Muitos imigrantes buscam em nosso país – dizem
os combonianos – refúgio da opressão política e da pobreza de seus países de origem.
Não podemos olhar essas pessoas como se fossem criminosos. Definir a clandestinidade
como um "delito" – concluem – é uma recusa a reconhecer os direitos fundamentais das
pessoas." (AF)