FARC NÃO ACEITAM QUE IGREJA GARANTA LIBERTAÇÃO DE REFÉNS
Bogotá, 14 jan (RV) – As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC)
não confiam na Igreja Católica e se opõem à idéia de que a Igreja no país ou o Vaticano,
mediante um seu representante, atuem como garante, ou seja, como avalista internacional,
para receber o seis reféns que a guerrilha prometeu libertar, afirmou a senadora Piedad
Córdoba.
Em entrevista publicada nesta quarta-feira, pelo diário de Bogotá,
"El Espectador", a senadora assegura que foi pega de surpresa pelo anúncio feito nos
dias passados, pelo Presidente Álvaro Uribe, autorizando a Igreja na Colômbia ou um
representante ou instituição indicados pelo papa, para participar da missão humanitária
de libertação dos reféns. A resposta – disse a senadora – eu já sei: as FARC são contrárias
a essa ideia, porque não confiam na Igreja Católica" – diz ela na entrevista.
"No
momento, esta opção representa um obstáculo que, obviamente, vai provocar um atraso
no processo de libertação dos reféns" – argumenta Piedad Córdoba. A parlamentar assegura
que a prometida libertação dos seis reféns já se teria realizado este mês, se o presidente
não tivesse autorizado a Igreja ou o Vaticano a garantirem o processo.
O comissário
de paz colombiano, Luis Carlos Restrepo, leu um comunicado no qual o governo exige
que os guerrilheiros das FARC cumpram o que prometeram e informem imediatamente, o
dia e local da libertação dos sequestrados, reiterando que o Executivo garantiu que
o Comitê Internacional da Cruz Vermelha possa cumprir sua missão humanitária. (AF)