2009-01-12 19:41:50

CAMPANHA DA CNBB ATACA PRÁTICA DO "ROUBA, MAS FAZ"


Brasília, 12 jan (RV) - A indiferença em relação à corrupção na política, manifestada em enunciados do tipo "fulano rouba, mas faz" ou "tudo acaba em pizza", será alvo da Campanha da Fraternidade-2009, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Realizada desde 1964 pela CNBB, na Quaresma, a campanha deste ano terá como tema a segurança pública, mas também abordará assuntos de ética na política.

As discussões nas reuniões e celebrações da campanha, que se realizam em igrejas, escolas e casas, poderão impulsionar um movimento de coleta de assinaturas, para criar uma lei voltada a barrar candidaturas de políticos com ficha penal suja.

A CNBB é uma das coordenadoras de um grupo de entidades, que busca obter 1,5 milhão de assinaturas, com o objetivo de apresentar um projeto de lei ao Congresso contra a participação dos "fichas sujas" nas eleições. Cerca de 700 mil pessoas já subscreverem esse projeto de lei, segundo a CNBB.

De acordo com o texto-base da CF-2009, um dos objetivos é "denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia e as gestões públicas, assim como a injustiça presente nos institutos da prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para os crimes comuns".

Os crimes de corrupção e do "colarinho branco" não são violentos em si, mas geram outras formas de violência, diz o texto-base da campanha.

O bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Dimas Lara Barbosa, secretário-geral da CNBB, disse que "frases como "rouba, mas faz" são sintomas de uma mentalidade difusa no meio do povo e expressam um indiferentismo perigoso".

Ele espera que a CF deste ano possa repetir o feito da edição de 1996, que serviu de ponto de partida para a obtenção de um milhão de assinaturas, para a criação da lei nº 9.840, que tornou mais efetivas as punições em casos de compra de votos. (AF)







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