2009-01-10 20:18:25

DOM LEFÈBVRE ASSINOU OU NÃO OS DOCUMENTOS CONCILIARES?


Cidade do Vaticano, 10 jan (RV) - Dom Marcel Lefèbvre, o arcebispo francês já falecido, que originou o cisma tradicionalista, assinou apenas alguns dos documentos do Concílio Vaticano II, do qual havia participado, mas se negou a subscrever os dois mais relevantes: a constituição pastoral Gaudium et Spes sobre a Igreja no mundo de hoje, e a declaração Dignitatis Humanae sobre a liberdade religiosa.

Foi o que precisou Pe. Fausto Buzzi da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, fundada pelo próprio Dom Lefèbvre, desmentindo a notícia divulgada pela revista italiana "Panorama". O semanário publica, de fato, em sua última edição, a foto de um documento do Concílio Vaticano II sobre a liberdade religiosa, que tem a assinatura de Dom Lefèbvre.

"Soubemos – explicou Pe. Buzzi ao site web Pontifex – que poderiam ser revogadas algumas excomunhões. Com essa história publicada na "Panorama", de que Dom Lefèbvre teria assinado – e, portanto, aceito – o documento sobre a liberdade religiosa, algumas pessoas poderiam nos perguntar: "Se o fundador de vocês assinou os documentos do Vaticano II, agora o que vocês pretendem?"

A revista "Panorama" publica uma declaração do oficial dos Arquivos Secretos do Vaticano, Piero Doria, o qual afirma que a assinatura de Dom Marcel Lefèbvre consta de todos os documentos do Concílio Vaticano II, a começar da constituição pastoral Gaudium Ed Spes, que ele, depois, criticou tão duramente.

O Arcebispo Marcel Lefèbvre (1905-1991) foi excomungado em 1988, depois de ter ordenado quatro bispos, sem a permissão do papa.

Sua biografia afirma que, desde os primeiros momentos, ele se opôs aos "ventos de renovação" do Vaticano II e, já nas sessões preparatórias, às quais assistia como membro da Comissão Central, manifestara suas críticas.

Dom Lefèbvre definiu como "destrutivas" as reformas aprovadas pelo Concílio Vaticano II e, em 1968, fundou, na Suíça, a Fraternidade São Pio X, seguida, um ano depois, do Seminário Internacional de Econe, também na Confederação Helvécia.

Em 1976 foi suspenso "a divinis" (não podia celebrar missas, administrar sacramentos, nem pregar), em virtude de suas ordenações irregulares. Apesar das admoestações de Roma – primeiramente por parte de Paulo VI e, depois, de João Paulo II – ele continuou ordenando.

A gota que faltava ocorreu no dia 30 de junho de 1988, quando ordenou quatro bispos. Dois dias depois, a Congregação para os Bispos emitiu o decreto oficial de excomunhão a Dom Lefèbvre e aos quatro bispos que ele consagrara.

Nos últimos anos, todavia, a Santa Sé deu diversos passos para que os "lefèbvrianos" retornassem ao seio da Igreja. Entre tais passos, sublinhamos a volta da celebração da missa em latim, por desejo de Bento XVI.

No ano passado, o atual superior geral da Fraternidade São Pio X recusou-se a retornar ao seio da Igreja, enquanto as excomunhões não forem revogadas. (AF)







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