2009-01-08 11:51:05

DISCURSO AO CORPO DIPLOMÁTICO


Cidade do Vaticano, 08 jan (RV) – Nesta quinta-feira, Bento XVI realizou um dos encontros mais aguardados do ano: a audiência ao corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé, que teve lugar na Sala Regia, no Vaticano.

No seu discurso, o papa analisou os acontecimentos internacionais à luz do mistério da esperança do Natal, pedindo a Deus "o dom de um ano que seja fecundo de justiça, de serenidade e de paz" a todos.

O papa citou os países que foram vítimas de catástrofes naturais, como Vietnã, Myanmar, China, Filipinas, alguns países da América Central e Caribe, Colômbia e Brasil, e países vítimas de conflitos nacionais, regionais e de atos de terrorismo, como Afeganistão, Índia, Paquistão e Argélia. "Apesar de muitos esforços, a paz tão almejada ainda está distante", disse. Para construir a paz, disse, é preciso dar esperança aos pobres e às pessoas atingidas pela atual crise econômica e pela crise alimentar, e pelos efeitos do aquecimento global.

Bento XVI condenou a despesa militar, que subtrai enormes recursos humanos e materiais para os projetos de desenvolvimento, minando os processos de paz.

"Hoje, mais do que no passado, o nosso futuro está em jogo, assim como o próprio destino do nosso planeta e dos seus habitantes", afirmou o pontífice, acrescentando que é preciso investir, sobretudo, nos jovens, educando-os a um ideal de verdadeira fraternidade, na consciência de que existe um Pai comum de todos os homens, o Deus Criador.

Analisando a situação no Oriente Médio, Bento XVI recordou que violência provoca danos e imensos sofrimentos às populações civis e reafirmou que a opção militar não é uma solução e que a violência, de onde vier, deve ser firmemente condenada.

Para o papa, é preciso promover o diálogo entre Israel e Síria e, para o Líbano, apoiar a consolidação das instituições. Aos iraquianos, Bento XVI dirigiu um encorajamento a construir o futuro sem discriminações de raça, de etnia ou de religião. Para o Irã, pediu uma solução negociada para o programa nuclear, de modo a satisfazer as legítimas exigências do país e da comunidade internacional.

Na Ásia, o papa fez votos de paz para Mindanao, nas Filipinas, para Sri Lanka e para melhores relações entre China e Taiwan.

Passando para a África, que visitará este ano, o papa pediu uma atenção especial à infância. E citou o drama dos refugiados na Somália e em Darfur, na República Democrática do Congo. Ele pediu ainda uma solução para a crise em Zimbábue e em Burundi.

Sobre a América Latina, Bento XVI falou a favor dos emigrantes, para que possam se reunificar com suas famílias. E citou o Brasil, em especial o Acordo entre Santa Sé e o Estado brasileiro, para que facilite o livre exercício da missão evangelizadora da Igreja e reforce ainda mais a colaboração com as instituições civis para o desenvolvimento integral da pessoa.

O pontífice saudou ainda as comunidades cristãs na Turquia e pediu soluções pacíficas para a crise em Chipre, no Cáucaso, em especial na Geórgia, e entre as populações da Sérvia e de Kosovo, no respeito das minorias.

Por fim, Bento XVI dirigiu seu pensamento aos pobres e afirmou: "A pobreza se combate se a humanidade se tornar mais fraterna, através de valores e ideais compartilhados, fundados na dignidade da pessoa, na liberdade unida à responsabilidade e no reconhecimento efetivo do lugar de Deus na vida do homem". (BF)







All the contents on this site are copyrighted ©.