2009-01-07 12:32:57

BISPOS AMERICANOS PEDEM URGÊNCIA NA REFORMA MIGRATÓRIA


Washington, 07 jan (RV) - Está na reta final a campanha nacional promovida pela Conferência dos Bispos Católicos dos EUA para sensibilizar a opinião pública e a classe política sobre a urgência de reformar drasticamente o sistema migratório e criar desimpedimentos legais à presença ilegal no país de pelo menos 12 milhões de ‘indocumentados’.

A semana de iniciativas, aberta no último domingo, será encerrada com a publicação de um documento dirigido ao presidente eleito, Barak Obama. A ele será pedida uma iniciativa direta sobre o tema no Congresso.

Com celebrações religiosas, encontros e conferências em quase todas as igrejas dos EUA, trabalha-se nestes dias para aumentar a conscientização sobre a gravidade do problema e a necessidade de encontrar soluções legais satisfatórias, sem recorrer a adiamentos que agravam a crise.

Em meados de dezembro, os bispos norte-americanos se declararam muito preocupados com a atual situação de milhões de imigrantes, vítimas de ‘tratamentos desumanos e pouco dignos’, e com as deportações que dividem as famílias. As autoridades de Washington confirmam que em 2008, mais de 350 mil residentes ilegais foram deportados, e foram realizadas mais de 1200 blitz ‘anticlandestinos’ nas agências de emprego estatais.

“Como cristãos, é um dever evangélico cuidar deles” – diz Alexandra Fitzsimmons, porta-voz do episcopado de Minnesota. “Não podemos virar a cara aos sofrimentos e humilhações pelos quais essas pessoas passam” – recorda.

De acordo com uma sondagem publicada em outubro, sua voz representa a comunidade católica. A pesquisa do instituto ‘Zogby’ aponta que quase 70% dos católicos consideram necessário e urgente resolver o problema, legalizando a permanência de todas as pessoas que possuem os requisitos.

Em diversas declarações, a partir de 2002, os bispos norte-americanos reconheceram o direito do país de regularizar os fluxos migratórios e de defender seus confins – como é natural. Por outro lado, sempre pediram regras claras e simples sobre as condições e requisitos para a obtenção dos vistos de permanência e trabalho. Eles acreditam que este é o único modo de combater o tráfico humano, crescente nas regiões confinantes com o México. Por causa deste fenômeno, anualmente morrem dezenas de clandestinos latino-americanos, tentando atravessar o deserto para ingressar nos EUA.

Em julho passado, realizou-se em Washington a Conferência nacional sobre Migrações, com o tema “Renovar a esperança, buscar a justiça”, que reuniu na capital americana 600 expoentes de serviços para migrantes e da Caritas. Em sua mensagem aos participantes, o cardeal Renato Raffaele Martino, presidente do Pontifício Conselho para os Migrantes e os Itinerantes, escreveu: “A Igreja vê os imigrantes como um sinal da presença vital de Deus no mundo, uma chance para realizar sua identidade de comunhão e sua vocação missionária” – recordou, convidando a enfrentar a questão a partir do respeito pela dignidade humana.







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