2009-01-07 15:07:27

A 6 de Janeiro, ao Angelus, Papa lança um apelo pela paz em Gaza e na RDC e a favor das crianças no mundo


Bento XVI recordou que Jesus veio ao mundo numa grande humildade e discrição. Mesmo assim, vieram Reis Magos do Oriente, guiados por uma estrela, para Lhe prestar homenagem.
Esta atitude dos Magos - disse o Papa – contrasta com a do Rei Heródes que ficou perturbado e com ele toda Jerusalém. O Rei porque viu no Menino Jesus um concorrente, enquanto que os chefes e os habitantes de Jerusalém ficaram estupefactos, como que acordados de um certo torpor, e, necessitando, portanto de reflectir. Nesta perturbação de Jerusalém antevê-se já – referiu o Papa – aquilo que será a posição dos sumos sacerdotes e do sinédrio, mas também do povo perante Jesus ao longo de toda a sua vida pública: uma atitude de hostilidade. Está-se aqui perante um dos pontos cruciais da teologia da história – frisou Bento XVI acrescentando:
“O drama do amor fiel de Deus na pessoa de Jesus que veio para o meio dos seus e os seus não o acolheram” .
Esta atitude de hostilidade, de ambiguidade, de superficialidade - prosseguiu Bento XVI na sua alocução - representa, em sentido espiritual, a de cada ser humano e do mundo quando se fecha ao mistério do verdadeiro Deus que vem ao seu encontro na discrição do seu amor.
“Jesus, “rei dos Judeus” é o Deus da misericórdia e da fidelidade. Ele quer reinar no amor e na verdade e pede-nos para nos convertermos, para abandonarmos as obras más e a empreendermos decididamente a via do bem”.
Sublinhando ainda que Jerusalém é, neste sentido todos nós, o Papa invocou a Maria, que soube acolher com fé o Menino Jesus, a nos ajudar a não fechar o nosso coração ao Evangelho da salvação e a nos deixarmos conquistar e transformar pelo Deus Menino.
Depois da Oração Mariana do Angelus, Bento XVI teceu palavras de fraternidade e alegria em relação aos irmãos e irmãs das Igrejas Orientais que celebram neste dia 7 o Santo Natal. Uma recordação que o conduziu espiritualmente à Terra Santa e ao Médio Oriente em geral, cuja situação de conflito continua a seguir com apreensão….
“Continuo a seguir com viva apreensão os violentos recontros armados em curso na faixa de Gaza. Enquanto volto a sublinhar que o ódio e a recusa do diálogo não levam senão à guerra, quero hoje encorajar as iniciativas e os esforços de quantos, tendo a peito a paz, estão a procurar ajudar israelitas e palestinianos a aceitar sentar-se à mesa para conversar. Que Deus apoie o empenho destes corajosos “construtores de paz””.
Recordando depois que a Festa da Epifania é também festa das crianças, o Papa Ratzingher elevou o pensamento a todas as crianças - riqueza e bênção do mundo - e de modo particular às que não têm uma infância serena. E aqui chamou a atenção para as crianças e adolescentes que nos últimos meses, inclusive no período de Natal, foram sequestradas na Província oriental da Republica Democrática do Congo por grupos armados que atacaram aldeias e causaram também numerosos mortos e feridos.
“Lanço um apelo aos autores de tais desumanas brutalidades, a fim de que restituam as crianças às próprias famílias e ao próprio futuro de segurança e desenvolvimento a que têm direito assim como aquelas caras populações”.
“Manifesto ao mesmo tempo a minha aproximação espiritual às Igrejas locais, elas também atingidas no pessoal e nas acções, e exorto os pastores e os fieis a serem fortes e firmes na esperança”
Os episódios de violência em relação a crianças e jovens que, infelizmente se registam em várias partes do mundo – prosseguiu o Papa, parecem ainda mais depreciáveis tendo em conta que neste ano de 2009 ocorre o 20º aniversário da Convenção dos Direitos da Criança: um empenho – frisou Bento XVI – que a comunidade internacional é chamada a renovar na defesa, tutela e promoção da infância no mundo inteiro. Além disso – recordou ainda o Papa – celebra-se neste dia 6 – festa da Epifania – o Dia da Infância Missionária, uma ocasião para pôr em evidência o papel que as crianças podem desempenhar na difusão do Evangelho e nas obras de solidariedade para com os seus coetâneos necessitados. Que o Senhor as recompense – conclui o Papa antes de passar a saudar os fiéis em francês, inglês, alemão, espanhol, polaco e italiano. Nesta última língua assinalou, entre outros, a presença dos jovens do Movimento “Tra-Noi” ao qual estão ligados muitos jovens imigrados, entre os quais da comunidade cabo-verdiana em Roma. Recordou também o cortejo “Viva a Befana” que, neste dia feriado em Itália, animou toda área da praça de São Pedro com os coloridos ranchos, bandas musicais etc.











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