2009-01-01 13:18:43

Na Faixa de Gaza é espezinhada a dignidade humana, alimentando-se assim o ódio e o fundamentalismo homicida: sublinha o card. Renato Martino, entrevistado pelo "Osservatore Romano"


(1/1/2009) “É preciso calar as armas. O diálogo é a única via possível para restituir a paz à Terra que as três religiões abramíticas chamam Santa e que se encontra de novo ensanguentada por uma feroz recrudescência de violências”. Esta a firme convicção do Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz. Numa ampla entrevista publicada no número de hoje do “L’Osservatore Romano”, o purpurado recorda que “não se detém a espiral de atentados e retorsões prosseguindo uns e outras”.
“O Papa – prossegue - convida todos à auto-crítica. Os esquemas até agora seguidos revelaram-se sempre, não só intrinsecamente injustos, mas também incapazes de deter as armas. Para usar as palavras da Escritura, há que forjar relhas de arado com as armas. É precisamente a imensa desproporção entre as despesas militares mundiais e a ajuda ao desenvolvimento – isto vale para toda a parte, e portanto também para a Faixa de Gaza – que manifesta uma desconfiança profunda no homem”.
Interpelado pelo jornalista do quotidiano da Santa Sé sobre a verdadeira génese dos conflitos, normalmente atribuídos à questão religiosa, o cardeal Renato Martino observa que “muitos problemas hoje atribuídos quase exclusivamente às diferenças culturais e religiosas têm origem nas inumeráveis injustiças económicas e sociais”. E acrescenta, textualmente: “Isto é verdade também no que diz respeito à complexa questão do povo palestiniano. Na Faixa de Gaza desde há décadas que se espezinha a dignidade do homem; alimenta-se assim o ódio e o fundamentalismo homicida”. “É precisamente sobre o respeito da dignidade do homem que a doutrina social da Igreja coloca o fundamento ético mais profundo da busca da paz”.









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