IGREJA NA TERRA SANTA UNE-SE CONTRA VIOLÊNCIA NA REGIÃO
Jerusalém, 31 dez (RV) - A Igreja na Terra Santa e os líderes cristãos da região
acompanham com preocupação os combates na Faixa de Gaza.
Em declaração conjunta
assinada ontem, os três patriarcas (latino, greco-ortodoxo e armênio) expressam "profunda
dor, pelo ciclo de violência entre israelenses e palestinos e pela contínua falta
de paz na nossa Terra Santa".
Eles convidam as partes em causa a "se absterem
de todos os atos de violência e, em especial, as várias facções palestinas, a defenderem
o próprio povo para além de interesses privados".
Além disso, os patriarcas
pedem à comunidade internacional que intervenha imediatamente, para "deter o derramamento
de sangue" e favorecer uma solução do conflito, baseada em resoluções internacionais.
Um dos signatários da declaração é o custódio da Terra Santa, Fr. Pierbattista
Pizzaballa, entrevistado pela Rádio Vaticano.
Fr. Pierbattista Pizzaballa:-
"Vivemos um período de grande tensão. É verdade que aqui, na Cisjordânia, estamos
relativamente distantes do que está acontecendo, no sentido que não vemos nem ouvimos
as bombas; porém, em toda a população civil, sobretudo na população árabe israelense,
o sentimento é de muito raiva e frustração."
P. Na sua opinião, Fr. Pizzaballa,
o que aconteceu para a situação degenerar desta maneira? Fr. Pierbattista
Pizzaballa:- "Aqui, o chamado processo de paz é retomado e interrompido continuamente;
não é a primeira vez que estamos próximos de uma guinada e, depois, isso não acontece.
Temo que, inclusive neste caso, façamos parte de um roteiro já escrito: tudo parecia
pronto para alguma mudança e, depois, se escolhe a opção mais simples, isto é, a violência.
Violência que, além de tudo, me parece desproporcional, excessiva. Aquilo que é certo
é que quem paga e quem sofre são sempre as pessoas, os pobres. Não creio que desta
maneira os problemas serão resolvidos."
P. E comunidade internacional, o
que pode fazer a respeito? Fr. Pierbattista Pizzaballa:- "O papel
da comunidade internacional – como sempre dissemos – é muito importante, porque pode
pressionar e convidar ambos os lados à moderação. A comunidade internacional está
ausente há muito tempo, e creio que mesmo que queira fazer algo agora, isso levaria
tempo, infelizmente. E o tempo, aqui, é um fator determinante."
Os bombardeios
contra Gaza começaram no sábado, 27, e têm a finalidade de destruir a capacidade militar
do grupo extremista Hamas. Segundo levantamento das agências internacionais, o número
de palestinos mortos já ultrapassou a casa dos 380, e há ao menos 1.700 feridos. (BF/AF)