Cidade do Vaticano, 29 dez (RV) – Prossegue a ofensiva aérea israelense contra
Hamas, na Faixa de Gaza. O chefe dos serviços de emergência de Gaza, Muauiya Hussanein,
informou que a ofensiva militar de Israel já causou, desde sábado passado, a morte
de 310 pessoas e mais de mil feridos.
Sobre a situação humanitária em Gaza,
a Rádio Vaticano entrevistou a diretora da Caritas-Jerusalém, Claudette Habbash: "Em
Gaza, a situação é dramática, as bombas não param. Agora, mais de 1.500 pessoas estão
feridas, mas em Gaza existem somente 1.400 leitos; os hospitais, então, lançam apelos
por medicamentos e mais leitos, pedem sangue, pedem tudo. Os bombardeios continuam."
Claudette
Habbash diz que as pessoas necessitam urgentemente de intervenções médicas: "Muitos
perderam as mãos ou as pernas, e precisam de tratamento imediato. A situação delas
é muito difícil: não podem ir para Israel, Egito ou Jordânia, e muitos feridos não
podem nem mesmo sair de casa."
Também o núncio apostólico em Israel e delegado
apostólico em Jerusalém e na Palestina, Dom Antonio Franco, falou da violência na
região:
Dom Antonio Franco:- "Infelizmente, se assiste a tudo isso
como expectadores inermes, com muita tristeza na alma, porque esses ataques colocam
novamente em questão tudo o que estava sendo negociado. Aqui em Jerusalém também há
certo nervosismo, sente-se na população árabe uma reação psicológica emocional a toda
esta violência e a esses mortos que estão aumentando dia após dia."
P.
Como é possível restabelecer a paz, em meio a este ódio?
Dom Franco:-
"Não acredito que existam receitas ou soluções. A primeira coisa seria o que o Santo
Padre pediu, ou seja, que haja uma interrupção desta violência, se volte às negociações;
mas é necessário haver boa vontade de todas as partes. Na prática, sentimo-nos impotentes
para fazer algo. Só nos resta rezar. Há uma sensação de frustração, uma sensação de
angústia diante desta realidade sobre a qual não se consegue incidir, não se consegue
fazer nada de positivo." (BF/AF)