2008-12-28 14:03:53

Médio Oriente: comunidade internacional pede o fim da violência, tanto dos bombardeamentos israelitas, como dos tiros de morteiro palestinianos.
A condenação da Santa Sé na voz do director da Sala de Imprensa da Santa Sé e do Custodio da Terra Santa


(28/12/2008) O ministro israelita da Defesa, Ehud Barak, declarou-se hoje satisfeito com o resultado das operações do Exército israelita contra o Hamas, na Faixa de Gaza, e defendeu o seu alargamento. Os ataques israelitas de ontem contra posições do grupo islamista, para os quais o Conselho de Segurança das Nações Unidas já pediu o fim imediato, já provocaram 271 mortos, e 620 feridos.
Quartéis e esquadras da polícia, campos de treino, edifícios onde funcionavam serviços do Hamas e rampas de lançamento de “rockets” foram os alvos preferenciais dos cerca de cem mísseis e bombas lançados pelos aviões e helicópteros de combate israelita.

O Hamas, que controla há ano e meio a Faixa de Gaza, apelou – pela voz do seu líder do exílio, Khaled Meshaal – aos palestinianos para iniciarem uma terceira Intifada contra Israel, em retaliação pelos bombardeamentos.

Depois de conversar com George W. Bush, a secretária de estado norte-americana, Condoleezza Rice, emitiu um comunicado a exigir o cessar-fogo imediato na região.

A União Europeia, as Nações Unidas e a Rússia também já pediram o fim da violência, tanto dos bombardeamentos israelitas, como dos tiros de morteiro palestinianos.
Os países árabes e a organização da Conferência Islâmica condenam o ataque israelita considerando-o «um crime de guerra».
A França, que está a presidir à União Europeia, pede uma trégua duradoura e apela aos países vizinhos, como o Egipto, para que se envolvam na resolução da crise no médio-oriente.
O Egipto, por seu lado, já condenou o que considera ser uma agressão militar israelita e abriu o terminal da Rafa, junto à fronteira, com Gaza para acolher os feridos.
No Líbano, milhares de palestinianos manifestaram-se nos campos de refugiados e em muitas cidades árabes, em Israel, o protesto repetiu-se.
O recrudescimento da violência no Médio Oriente preocupa a comunidade católica local, como afirma o custódio da Terra Santa, Padre Pierbattista Pizzaballa: "Esta incursão – que tememos ser somente o início – foi há muito tempo anunciada por Israel. Estamos em campanha eleitoral e todos devem mostrar a sua força. As provocações de Hamas também eram evidentes. Infelizmente, estamos dentro de um roteiro já escrito e visto várias vezes ".


Também o director da Sala de Imprensa da Santa Sé padre Federico Lombardi, se pronunciou: "O ataque das forças armadas de Israel contra as bases e as estruturas de Hamas na Faixa de Gaza era aguardado desde quando, terminada a trégua alguns dias atrás, o lançamento de mísseis e golpes de morteiro de Gaza foi retomado".


Para o Pe. Lombardi, mesmo esperada, a reacção israelita impressiona pelas suas proporções e pelo número de vítimas. "Muito provavelmente, as operações militares continuarão e as vítimas aumentarão."


Com a violência, afirmou o Padre Lombardi, o ódio crescerá ainda mais e as esperanças de paz voltarão a distanciar-se.
"Hamas é prisioneiro de uma lógica de ódio. Israel é prisioneiro de uma lógica de confiança na força como melhor resposta ao ódio. É preciso continuar a buscar uma saída diferente, mesmo que pareça impossível", concluiu.








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