IGREJA CELEBRA SÃO JOÃO EVANGELISTA: A FIGURA DO APÓSTOLO DILETO NAS PALAVRAS DE BENTO
XVI
Cidade do Vaticano, 27 dez (RV) - Neste 27 de dezembro, a Igreja celebra a
festa de São João apóstolo e evangelista. Filho de Zebedeu e irmão de Tiago, era o
discípulo dileto de Jesus. A ele, em 2006, Bento XVI dedicou três catequeses, nos
habituais encontros das quartas-feiras com os fiéis e peregrinos. Em suas catequeses,
o papa ressaltou que São João nos indica o "dado peculiar do Cristianismo" proclamando
"com fulgurante intuição de que "Deus é amor"".
"Podemos observar que João
não afirma simplesmente que "Deus ama" e muito menos que "o amor é Deus"!" Em outras
palavras, João não se limita a descrever o agir divino, mas vai até suas raízes. Ademais,
não tem a intenção de atribuir uma qualidade divina a um amor genérico e talvez impessoal;
não passa do amor a Deus, mas se dirige diretamente a Deus, para definir sua natureza
com a dimensão infinita do amor.
Com isso, João quer dizer que o constitutivo
essencial de Deus é o amor e, portanto, toda a atividade de Deus nasce do amor e é
caracterizada pelo amor: tudo aquilo que Deus faz, o faz por amor e com amor. Embora
nem sempre entendamos imediatamente que isso é o amor, mas é o amor verdadeiro." (9
de agosto de 2006)
Portanto, não é um amor teórico: Deus o demonstra fazendo-se
homem e pagando com a vida esse amor. O homem é chamado a responder ao amor de Deus
sem medidas, como diz Jesus no mandamento novo presente no Evangelho segundo São João:
"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
"Essas palavras de Jesus, "como
eu vos amei", nos convidam e, ao mesmo tempo, nos inquietam; são uma meta cristológica
que pode parecer inalcançável, mas, ao mesmo tempo, são um estímulo que não nos permite
acomodar-nos com aquilo que pudemos realizar. Não permite que nos demos por satisfeitos
por aquilo que somos, mas nos impele a permanecermos a caminho, rumo a essa meta."
(9 de agosto de 2006)
Fortalecido pela verdade do amor, São João anuncia, sem
temor, o Evangelho de Jesus, porque não pode silenciar aquilo que viu e ouviu.
"Justamente
essa franqueza ao confessar a própria fé continua sendo um exemplo e uma advertência
para todos nós, a estarmos sempre prontos para declarar com decisão a nossa inquebrantável
adesão a Cristo, antepondo a fé a todo cálculo ou interesse humano." (5 de julho de
2006)
O anúncio da verdade traz consigo as perseguições. Assim, no Apocalipse
São João narra a sua grande visão do Cordeiro que é imolado, mas está de pé.
"Jesus,
o Filho de Deus, nesta terra é um Cordeiro indefeso, ferido e morto. E, todavia, está
de pé, diante do trono de Deus, e participa do poder divino. Ele tem em suas mãos
a história do mundo. E assim, o Vidente nos quer dizer: confiem em Jesus, não tenham
medo dos poderes contrastantes, da perseguição! O Cordeiro ferido e morto vence! Sigam
o Cordeiro Jesus, confiem em Jesus, tomem o seu caminho! Embora neste mundo seja apenas
um Cordeiro que se mostra frágil, Ele é o vencedor." (23 agosto 2006) (RL/AF)