2008-12-26 18:07:23

O PAPA NO ANGELUS: OS CRISTÃOS VENÇAM O MAL COM A FORÇA DA VERDADE E DO AMOR


Cidade do Vaticano, 26 dez (RV) - Hoje, 26 de dezembro, dia em que a Igreja celebra a festa de Santo Estevão, primeiro mártir, é feriado no Vaticano e na Itália.

Ao meio-dia desta sexta-feira, o Santo Padre assomou à janela de seus aposentos _ que dá para a Praça São Pedro _ para a oração mariana do Angelus. Em sua alocução, o pontífice fez um premente apelo pela libertação das duas consagradas italianas seqüestradas há mais de um mês e meio no Quênia, e de todos os seqüestrados no mundo. Em seguida, indicou o primeiro mártir da Igreja _ que morreu como Cristo perdoando os seus assassinos _ como modelo para os cristãos.

A exemplo de Santo Estevão, os cristãos aprendam a ser "testemunhas críveis do Evangelho vivido na verdade e na caridade": o Santo Padre fez essa exortação recordando a morte do primeiro mártir cristão, assassinado "por causa de sua pregação enérgica e corajosa" num período no qual ser perseguidor da Igreja "era vivido… como um dever e um motivo do qual orgulhar-se". Mas justamente esse testemunho foi "decisivo" para a conversão de Saulo Tarso _ afirmou o papa:

"Saulo perseguia a Igreja e também havia colaborado para a lapidação de Estevão: o havia visto sofrer a lapidação e, sobretudo, o modo como Estevão morreu: em tudo como Cristo, ou seja, rezando e perdoando os seus assassinos (cfr At 7, 59-60)."

Pouco tempo após o martírio de Estevão, Jesus ressuscitado apareceu a Saulo na estrada de Damasco, aonde o "zeloso perseguidor da Igreja" pretendia chegar para prender outros cristãos:

"Na estrada de Damasco Saulo entendeu que perseguindo a Igreja estava perseguindo Jesus morto e verdadeiramente ressuscitado; Jesus vivo em sua Igreja, vivo também em Estevão, que ele havia visto morrer, mas certamente agora vivia junto com o seu Senhor ressuscitado. Podemos quase dizer que na voz de Cristo percebeu a voz de Estevão e, também por sua intercessão, a graça divina lhe tocou o coração. Foi assim que a existência de Paulo mudou radicalmente. A partir daquele momento Jesus tornou-se a sua justiça, a sua santidade, a sua salvação (cfr 1 Cor 1,30), o seu tudo."

E um dia _ acrescentou Bento XVI _ também Paulo "seguirá Jesus nas mesmas pegadas de Estevão, derramando o próprio sangue em testemunho do Evangelho":

"Em Santo Estevão vemos realizar-se os primeiros frutos da salvação que o Natal de Cristo trouxe à humanidade: a vitória da vida sobre a morte, do amor sobre o ódio, e da luz da verdade sobre as trevas da mentira. Louvemos a Deus porque esta vitória permite também hoje a tantos cristãos que não respondam ao mal com o mal, mas com a força da verdade e do amor."

Após a oração do Angelus, o pontífice expressou a sua preocupação "por aqueles que se encontram em situações de sofrimento e de graves dificuldades". O pensamento do Santo Padre dirigiu-se, em particular, às duas consagradas italianas Maria Teresa Olivero e Caterina Giraudo, pertencentes ao Movimento contemplativo missionário "Padre de Foucauld", seqüestradas há mais de um mês e meio, junto a um grupo de seus colaboradores locais, no vilarejo de El Waq, no norte do Quênia.

"Gostaria que neste momento sentissem a solidariedade do papa e de toda a Igreja. O Senhor, que nascendo veio doar-nos o seu amor, toque o coração dos seqüestradores e conceda o quanto antes a essas nossas irmãs que sejam libertadas pra poder retomar o seu generoso serviço aos irmãos mais pobres. Por isso, caros irmãos e irmãs, convido todos a rezarem, sem esquecer os numerosos seqüestros de pessoas em outras partes do mundo dos quais nem sempre se tem clara notícia: penso nos seqüestrados quer por motivos políticos quer por outros motivos na América Latina, no Oriente Médio e na África. Que a nossa solidária oração seja neste momento para todos eles de íntima ajuda espiritual."

Por fim, o pontífice ressaltou que "a festa de Santo Estevão nos recorda que somos chamados a seguir Jesus no caminho da Cruz: embora o sofrimento seja parte da vida, um Deus que entra pessoalmente na história tem o poder de salvar-nos através dele". "Que essa fé permaneça em nós não obstante toda e qualquer adversidade" _ concluiu o papa. O Santo Padre concedeu a todos a sua Bênção apostólica. (RL)







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