PÁROCO GENOVÊS RECUSA-SE A RETIRAR MESQUITA DO PRESÉPIO, APESAR DOS PROTESTOS

Gênova, 24 dez (RV) – Pe. Prospero não tem nenhuma intenção de retirar a pequena mesquita que colocou em seu presépio, na Paróquia de Nossa Senhora da Providência, situada no bairro popular de Oregina, em Gênova, Itália.

A colocação da mesquita no presépio desencadeou uma série de protestos, sobretudo por parte do partido político italiano "Liga Norte", cujos membros exigiram a retirada da mesquita.

O cardeal-arcebispo de Gênova, Angelo Bagnasco, presidente do Episcopado italiano, não comentou o fato. Mas o caso genovês não é o único... uma pequena mesquita foi colocada também no presépio de uma escola de Veneza, dirigida por religiosos. Uma presença _ comentou o cardeal-patriarca de Veneza, Angelo Scola _ que nos indica o processo de mistura de culturas que se vive hoje em toda a Europa.

Na localidade toscana de Prato, centro de Itália _ área de forte imigração asiática _ o presépio ostenta, ao lado da imagem de São José, uma estátua de Buda. Desta feita, porém, se tratou de uma provocação de um vereador local, contrário à presença de um símbolo cristão como o presépio, na Prefeitura.

E ainda na Toscana: em sinal de protesto contra os decretos que atingem as prostitutas e os mendigos, o pároco de Perignano colocou no presépio da igreja, uma estatuazinha de uma prostituta, e uma de um mendigo.

Todavia, a atitude que provocou maior polêmica foi a da mesquita do presépio de Gênova. Mas o sacerdote responde: "Essas pessoas que criticam a mesquita no presépio, não se deram conta de que coloquei também um minarete, um hospital e o muro de Jerusalém, com soldados israelenses... e isso porque quisemos recriar o que vimos em nossa peregrinação a Jerusalém. É o nosso modo de sermos solidários com as pessoas que sofrem na Terra Santa" _ ressaltou.

"Colocamos em nosso presépio _ acrescentou Pe. Prospero _ os símbolos das três religiões monoteístas que têm seus principais lugares de culto em Jerusalém. E depois _ argumentou _ se o papa pôde entrar numa sinagoga, com o rabino Elio Toaff, não vejo porque uma pequena mesquita não possa estar num presépio..." (AF)