Guiné Conakry: após a morte do Presidente apelos á calma e á tranquilidadees
(23/12/2008) O Presidente da Guiné Conakry, o general Lansana Conté, morreu ontem
à noite, aos 74 anos, após um longo “reinado” de 24 anos, marcado por sangrentas repressões
e uma gestão calamitosa de um país que está entre os mais pobres do mundo, apesar
de rico em matérias-primas. Mal foi anunciada a sua morte, durante a madrugada,
o primeiro-ministro Ahmed Tidiane Souaré lançou, através da televisão estatal, um
apelo à calma e à tranquilidade. Um capitão do Exército guineense anunciou, porém,
já hoje de manhã, a “dissolução” do governo e das instituições republicanas e a suspensão
da Constituição na Guiné. Militar de carreira, Lansana Conté chegou ao poder no
dia 3 de Abril de 1984, graças a um golpe de Estado, uma semana após a morte do primeiro
Presidente da Guiné independente, Ahmed Sékou Touré. Lansana Conté continuou a
contar com o apoio dos dirigentes do Exército a fim de poder governar com mão de ferro,
com o seu clã, a vida política e económica daquele país africano. Manteve-se aferrado
ao poder até esta madrugada, apesar dos seus inúmeros problemas de saúde. No início
de 2007, grandes manifestações populares hostis ao regime e aos “predadores da economia
nacional” foram reprimidos violentamente: pelo menos 186 pessoas morreram e cerca
de 1200 ficaram feridas. Cerca de 53 por cento dos guineenses vivem abaixo do limiar
mínimo da pobreza. Várias organizações não-governamentais denunciam há anos a corrupção
e a “gestão calamitosa” que se vivem no país, apesar da riqueza em ferro, ouro e diamantes
que jaz no subsolo.