2008-12-20 13:40:04

No respeito pelo rigor da investigação, o estudo da Arqueologia cristã há-de contribuir para o aprofundamento da fé cristã


(20/12/2008) Os estudos de arqueologia sobre os monumentos dos primeiros tempos do cristianismo hão-de contribuir para o conhecimento e aprofundamento da fé cristã: sublinhou Bento XVI, recebendo neste sábado de manhã os membros do Instituto Pontifício de Arqueologia Cristã. O Papa exprimiu-lhes todo o seu “apreço pela preciosa e fecunda actividade cultural, literária e académica” que desenvolvem “ao serviço da Igreja e, mais em geral, da cultura”.
Bento XVI recordou o objectivo deste Instituto – “o estudo dos vestígios da vida eclesial ao longo dos séculos”, permitindo a quem escolhe esta disciplina entrar numa realidade complexa, a da Igreja dos primeiros séculos, para compreender o passado, tornando-o presente aos homens de hoje”. Neste caso – observou o Papa – “compreender” significa como que identificar-se com o passado que emerge através dos ambientes típicos da arqueologia cristã, o que há-de chegar ao nível das realidades sobrenaturais, embora com o rigor da investigação científica.

“Quando se trata de descrever a história da Igreja, que é sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano, a paciente investigação do arqueólogo não pode deixar de penetrar também nas realidades sobrenaturais, sem contudo renunciar à análise rigorosa dos restos arqueológicos”.

E isso porque “não é possível uma visão completa da realidade de uma comunidade cristã, antiga ou recente, se não se tomar em consideração que a Igreja é composta de um elemento humano e de um elemento divino”. Na busca da verdade há que ter presente que é Cristo o Senhor da Igreja, aonde habita, difundindo a verdade e a graça.
Com estes pressupostos teológicos e sendo a arqueologia cristã uma ciência histórica, baseada sobre o estudo metódico das fontes, o “critério de fundo” há-de ser o de “deixar-se conquistar pela verdade procurada nas suas autênticas fontes, com um espírito isento de paixões e preconceitos”.

“O estudo da arqueologia, especialmente dos monumentos paleocristãos, permite aprofundar o conhecimento da verdade evangélica que nos foi transmitida, e oferece a oportunidade de seguir os mestres e testemunhas da fé que nos precederam”.

“Conhecer a herança das gerações cristãs passadas permita às que vêm depois manterem-se fiéis ao depositum fidei da primeira comunidade cristã”, de tal modo que continue a “ressoar em cada tempo e lugar o imutável Evangelho de Cristo”.

“Abordar os vestígios do Povo de Deus é um modo concreto de verificar como é que os conteúdos da idêntica e imutável fé foram sendo acolhidos e traduzidos na vida cristã segundo as variadas condições históricas, sociais e culturais, ao longo de muitos séculos”.

 







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