ÍNDIA: PROTESTO DOS BISPOS CONTRA DEFINIÇÃO DE "AÇÕES TERRORISTAS"
Nova Délhi, 19 (RV) - Os ataques contra os cristãos na Índia devem ser reconhecidos
pelo Governo como verdadeiros atos de terrorismo. É o que pedem os bispos indianos,
comentando a aprovação, nesta quarta-feira, de dois projetos de lei sobre a questão.
Segundo os bispos, a definição de terrorista que os projetos de lei apresentam,
é limitada e deveria, ao invés, aderir àquela indicada no "National Security Guard
Act", de 1986, que define "terrorista" quem realiza "atos com o objetivo de intimidar
o Governo, semear o terror entre as pessoas ou desestabilizar a harmonia social",
utilizando "bombas, dinamite, substâncias explosivas ou inflamáveis, armas de fogo
ou outros instrumentos capazes de matar ou destruir propriedades essenciais para a
vida da comunidade".
Uma definição que _ sublinham os bispos _ corresponde
às violências dos fundamentalistas hinduístas contra os cristãos em Orissa.
Em
respeito às vítimas das perseguições e dos ataques terroristas de Mumbai, os bispos
pedem que o Natal seja festejado sem exageros, evitando ostentações.
Enquanto
isso, as violências anti-religiosas no país não cessam. No último dia 16, foi seqüestrado
um líder cristão muito estimado no distrito de Kandhamal, em Orissa. O homem _ refere
a agência Asianews _ foi agredido por um grupo de 50 pessoas, quando estava em companhia
de seu filhos, que conseguiram escapar.
Pe. Ajay Singh, da Arquidiocese de
Cuttack-Bhubaneswar, refere que após as violências desencadeadas em agosto passado,
por causa do assassinato do líder hinduísta Swami Saraswati, "a situação não mudou
muito, e nos campos de refugiados, o inverno está tornando as condições de vida ainda
mais difíceis. Mais de 11 mil pessoas encontram-se acampadas nesses centros". (SP)