2008-12-19 14:50:26

Sentido de solidariedade e responsabilidade em relação às gerações futuras: a exortação do Papa ao receber o Embaixador das Seychelles


(19/12/2008) “Todos somos responsáveis de todos”. A solidariedade é ao mesmo tempo uma virtude moral e social. Temos a responsabilidade de trabalhar pelo bem comum. – Recordou-o Bento XVI nesta sexta-feira, recebendo as Cartas Credenciais do novo Embaixador das Seycheles (arquipélago na costa oriental da África).
Referindo com apreço os esforços que as autoridades desta República estão a fazer para reduzir o seu débito público, o Santo Padre sublinhou a necessidade de contarem com o apoio das instituições internacionais, observando que se trata de “um desafio importante perante as gerações futuras”.

“Seria injusto que os homens de hoje fugissem às suas responsabilidades e fizessem pesar as consequências das suas opções ou da sua inacção sobre as gerações que virão depois. Trata-se, portanto, não apenas de sanear a economia, mas também, ao mesmo tempo, de enfrentar uma questão de justiça social”.

Contar com contas públicas acertadas permite, aliás, assegurar um quadro mais seguro para a actividade económica, protegendo assim melhor as populações mais pobres e vulneráveis” – observou o Papa. Um “louvável objectivo” que carece da cooperação de todos. É “essencial o sentido de solidariedade”. “A harmonia social está ligada não apenas a um quadro legislativo justo e acertado, mas também à qualidade moral de cada cidadão”, como bem recorda o Compêndio de Doutrina Social da Igreja, aqui citado por Bento XVI:

a solidariedade apresenta-se sob dois aspectos complementares: o do princípio social e o da virtude moral. A solidariedade eleva-se ao plano de virtude social quando se pode apoiar ao mesmo tempo sobre estruturas de solidariedade, mas também sobre a firme e perseverante determinação de cada pessoa em actuar a favor do bem comum, porque todos nós somos responsáveis de todos”.

Quase a concluir o seu discurso ao novo Embaixador da República das Seycheles, o Santo Padre congratulou-se com os esforços desenvolvidos neste país no sentido de “construir um sistema educativo de qualidade” e encorajou a “que se prossiga neste caminho, semeando generosamente para o futuro”. Com uma advertência, porém:

“esta preocupação pela educação permaneceria vã se a instituição familiar fosse excessivamente fragilizada. As famílias têm constantemente necessidade de serem encorajadas e apoiadas pelos poderes públicos. Há uma profunda harmonia entre as tarefas da família e os deveres do Estado. Favorecer entre eles uma feliz sinergia, é actuar eficazmente por um futuro de prosperidade e de paz social”.









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