A luta à pobreza tem necessidade de homens e mulheres que vivam em profundidade a
fraternidade
(19/12/2008) “A crise de trabalho que preocupa hoje em dia toda a humanidade” foi
evocada hoje (sexta-feira) pelo Papa ao receber no Vaticano os membros do Departamento
do Trabalho da Sé Apostólica, no vigésimo aniversário da respectiva instituição, da
parte de João Paulo II. E evocou a este propósito uma passagem da Mensagem para o
próximo Dia Mundial da Paz, de 1 de Janeiro: “a luta à pobreza tem necessidade
de homens e mulheres que vivam em profundidade a fraternidade e sejam capazes de acompanhar
pessoas, famílias e comunidades em percursos de autêntico desenvolvimento humano”. Bento
XVI recordou os objectivos indicados no Motu proprio que instituía, há vinte anos,
este Departamento do Trabalho: “honrar concretamente a dignidade de cada um dos trabalhadores;
reconhecer, tutelar e promover os direitos sociais e económicos de cada membro; fazer
com que se cumpram cada vez mais fielmente os respectivos deveres; estimular um vivo
sentido de responsabilidade; melhorar sempre o serviço”. O Papa quis citar também
outro Motu proprio, de 1994, que aprovava o estatuto definitivo deste Departamento,
em que João Paulo II referia “a tutela dos legítimos interesses dos que pertencem
à comunidade de trabalho da Santa Sé, para assegurar harmonia e per-equação, na pluralidade,
diversidade e especificidade das tarefas, favorecendo uma correcta aplicação dos princípios
da justiça social e garantindo a unidade de tal comunidade e o crescimento de relações
interpessoais no seio da mesma”. “Trata-se de orientações muito claras, que me
apraz reafirmar, pondo em luz a peculiar tarefa que o Departamento do Trabalho da
Sé Apostólica está chamado a desenvolver na formação do pessoal, para tornar cada
vez mais eficiente e solidária a actividade da comunidade de trabalho da Santa Sé”.
“Outro importante serviço” deste Departamento – recordou ainda o Papa – é “prevenir
qualquer eventual dissídio referente aos trabalhadores”, procurando, se necessário,
chegar de modo solícito a uma resolução do mesmo, “mediante um diálogo sincero e objectivo,
pondo em acto os procedimentos de diálogo e arbitragem previstos “. Tudo isso em
ordem a “consolidar a referida comunidade de trabalho”. Finalmente, o Santo Padre
recordou que as pessoas que trabalham na Sé Apostólica têm todos como objectivo “ajudar
o Sucessor de Pedro no seu ministério ao serviço da Igreja universal”. Constituem
assim, de certo modo, uma “família” e a actividade profissional de cada um constitui
uma “vocação” a “cultivar com empenho e espírito evangélico”, como “um caminho concreto
de santidade”.