VIETNÃ: PEDIDA A EXPULSÃO DOS REDENTORISTAS DE HANÓI
Hanói, 17 (RV) - No Vietnã, após o processo contra oito fiéis de Thai Há, a
paróquia expropriada dos fiéis, pelas autoridades locais, a corporação municipal de
Hanói pediu a expulsão dos sacerdotes redentoristas da capital, segundo informou a
agência do PIME (Pontifício Instituto das Missões Exteriores), em Paris.
Depois
da sentença contra os fiéis de Thai Há, no último dia 8 de dezembro, o Comitê Popular
de Hanói intensificou a ofensiva contra as "paróquias rebeldes", com uma carta endereçada
ao presidente da Conferência dos Bispos Católicos do Vietnã e ao superior provincial
dos Redentoristas, pedindo que os religiosos dessa congregação, responsáveis pela
paróquia, sejam expulsos do país.
A carta, datada de 12 de dezembro, exige
"um comportamento crítico e educativo em relação a Nguyên Ngoc Nam Phong e outros
eclesiásticos da paróquia de Thai Há" e a expulsão do pároco e de outros religiosos
"da Arquidiocese de Hanói", para "melhorar as relações entre a Igreja e as autoridades".
É
a segunda vez que o Comitê faz um pedido nesse sentido, à Conferência Episcopal do
Vietnã. O primeiro foi no dia 23 de setembro último, ocasião em que os bispos responderam
que as pessoas acusadas "não haviam cometido nenhum infração em relação às leis da
Igreja."
O presidente do Comitê Popular de Hanói, Nguyên Thê Thao, acusa os
sacerdotes de "comportamento provocador", "de oposição às leis e de caluniarem o Governo."
"Esses
comportamentos _ prossegue a carta _ colocam em perigo as relações entre a Igreja
e o Estado e não são conformes ao ideal da Conferência Episcopal" que, segundo Thao,
pode ser assim resumido: "adorar Deus e amar a pátria; cumprir com seu dever no âmbito
sagrado assim como no âmbito profano."
Ainda que nesta ocasião, diversamente
da precedente, o Comitê Popular não tenha pedido que o arcebispo de Hanói, Dom Joseph
Ngô Quang Kiêt deixasse a Arquidiocese, os católicos locais temem que esta carta signifique
o início de uma segunda etapa repressiva contra eles, após as tensões vividas por
causa das manifestações contra a expropriação da paróquia.
A agência missionária
de notícias AsiaNews denunciou uma segunda expropriação ilegal, desta vez contra o
mosteiro de propriedade das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo, em Vinh Long,
inicialmente para construir um hotel de luxo. Após os protestos, o projeto foi transformado
para um parque.
O bispo de Vinh Long, Dom Thomas Nguyên Văn Tan, protestou
publicamente contra a destruição do mosteiro. O anúncio da destruição foi feito na
última sexta-feira e foi acompanhado das habituais acusações do Comitê contra as religiosas.
Para o organismo governamental, elas "exploram a liberdade religiosa, para inspirar
protestos contra o Estado e, conseqüentemente, prejudicam a unidade do povo." (SP)