Jerusalém, 16 dez (RV) – Jerusalém será a "Capital da cultura árabe-2009",
depois de Argel-2007 e Damasco-2008. A decisão foi tomada pelos ministros da Cultura
dos 22 países-membros da Liga Árabe, com a intenção de reafirmar a identidade árabe
da Cidade Santa, declarada por Israel, em 1980, "Capital eterna e indivisível", em
violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Para declarar Jerusalém
"capital", Israel estabeleceu ali a sede do Parlamento (Knesset) e de seu Governo,
mas as sedes das Embaixadas permaneceram em Telaviv.
No que diz respeito à
política, existe um forte contraste entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina,
pois ambos proclamam Jerusalém como própria capital. Os palestinos acusam o Estado
judaico de querer isolar a cidade, dos Territórios Palestinos, com o "Muro de separação"
e com as terras dos colonos judeus.
Se Jerusalém é disputada politicamente,
entre árabes e israelenses, a geografia religiosa é bem mais complicada. De fato,
o status quo que regulariza a situação jurídica dos Lugares Santos das várias
confissões religiosas, foi decretado pelo Império Otomano em 1767, e ainda permanece
em vigor, devido às dificuldades de encontrar uma alternativa plausível, por todas
as partes interessadas.
Jerusalém foi escolhida como "Capital da cultura árabe-2009"
na esperança de se poder resolver seus tantos e antigos problemas. (MT)