(13/12/2008) As metas do Pacote de Energia e Clima ficaram intactas, mas o plano
sofreu alterações para permitir esta sexta feira, em Bruxelas, um acordo entre os
27 Estados membros. Até 2020, a UE tem de reduzir em 20% a emissão de gases de
efeito de estufa, relativamente aos valores de 1990, aumentar em 20% a utilização
de energias renováveis e ainda a apostar 10% em biocombustíveis. Esta proposta do
Executivo tomará forma de lei comunitária após a luz verde do Parlamento Europeu,
na segunda-feira. Além disso, os líderes prometem elevar o objectivo relativo às emissões
de gases nocivos para atmosfera para os 30% no quadro de um acordo mundial em Copenhaga,
no final do próximo ano, se os restantes grandes poluidores assumirem compromissos
semelhantes.
Na volta às suas capitais, os líderes do Leste que pretendiam
alterar o acordo levam a garantia de que as indústrias naqueles países em que a energia
provenha em mais de um terço do carvão e o PIB seja menor do que metade da média europeia
recebem 70% das emissões gratuitas.
Os 27 líderes chegaram a Bruxelas profundamente
divididos. Nove países de Leste, liderados pela Polónia, reivindicavam o reforço da
solidariedade em razão de economias ainda muito dependentes do carvão, um dos combustíveis
fósseis mais poluentes. Além disso o esforço de conversão era, de acordo com esses
países, demasiado caro para economias que ainda tentam apanhar o passo do grupo mais
antigo da UE.
Nicolas Sarkozy e Durão Barroso consideraram este acordo "histórico",
mas as organizações ambientalistas acusam o bloco de colocar em perigo os efeitos
de longo prazo do pacote das alterações climáticas com as concessões aos países de
Leste.