CONGRESSO EM ROMA: CULTURA CRISTÃ É NECESSÁRIA PARA REFORÇAR PRINCÍPIOS SUBJACENTES
AOS DIREITOS HUMANOS
Roma, 13 dez (RV) - “A negação dos direitos humanos não é um fenômeno distante,
mas um fato presente nas democracias ocidentais”, que “em nome de lógicas políticas
sacrificaram alguns direitos invioláveis proclamados na Declaração universal de 1948.”
Foi
o que disse ontem, em Roma, a professora de ciência políticas da Universidade de Oslo,
ex-membro do governo norueguês e atualmente componente da Pontifícia Comissão Justiça
e Paz, Janne Matlary, em sua conferência no Congresso “Mulheres e direitos humanos”,
promovido pela Pontifícia Universidade Angelicum.
A relatora observou que o
direito da mãe e do filho à proteção social não encontrou espaço adequado nem mesmo
nos países mais evoluídos do Ocidente, vez que são justamente mães e filhos os que
vivem comumente situações de abandono e marginalização.
Igualmente, o direito
das crianças a conhecer os próprios pais e a crescer com eles _ assegurado em particular
pela Carta dos direitos da criança _ é hoje negado por práticas de fecundação heteróloga,
disse ainda Matlary, acrescentando que o mesmo acontece no que diz respeito ao “fundamental
direito à vida”; que “é afirmado no papel, mas negado com a prática do aborto, legalizado
em muitos países como fruto de pactos políticos” _ observa.
Por sua vez, a
segunda relatora do dia, Cherie Blair _ esposa do ex-premier britânico Tony Blair,
fundadora das Matrix Chambers de Londres (instituição especializada na defesa legal
dos direitos humanos) _, disse que “a cultura cristã é necessária para reforçar os
princípios subjacentes à declaração dos direitos humanos, porque não funda a dignidade
do homem somente num pressuposto jurídico e filosófico, mas no conceito de sua criação
à imagem e semelhança de Deus”.
“Esse conceito _ concluiu a relatora falando
a uma platéia composta por religiosos, representantes do associacionismo social e
expoentes do mundo diplomático e político _ torna mais sagrada a dignidade das pessoas,
sobretudo dos sujeitos menos tutelados: os menores, os doentes, os anciãos, as mulheres.”
(RL)